quinta-feira, 25 abril 2024

Leco quer ‘olhar diferente’ para as entidades

 Vereador de Americana e pré-candidato a deputado estadual elencou atuação em prol do terceiro setor

Leco em entrevista ao editor-chefe do TODODIA, Paulo Medina (Foto: Reprodução / TODODIA IMAGEM)

A Rede TODODIA promove a série de entrevistas com pré-candidatos a deputado estadual e federal da região, por meio do programa “Sua voz, sua vez, seu voto”, que destaca a importância do voto e análise de ações de candidatos locais. O segundo entrevistado é o vereador de Americana e pré-candidato a deputado estadual, Leco Soares (Podemos). Leco destacou o trabalho social no qual está envolvido desde antes da vida pública, enfatizou a obtenção de R$ 100 mil à Escola Tempo de Viver, unidade de educação para autistas da cidade, frisou que é preciso um “olhar diferente” para as entidades filantrópicas e o sonho de construir uma clínica-escola para cuidar de autistas do município.

O conteúdo do programa pode ser visto em multiplataforma: jornal impresso, na TV TODO DIA e no portal de notícias www.tododia.com.br.

TODODIA: Você tem um trabalho social em Americana, especialmente com moradores em situação de rua. Gostaria que você explicasse esse trabalho.

Leco: Há 14 anos, eu comecei na rua com o pessoal da Toca de Assis, um programa que cuida de pessoa em situação de rua. Me convidavam para ir toda semana levar comida na rua, cobertores. Um trabalho muito bacana. Mas tinha semana que não precisava porque tinham outras pessoas para ir. Eu queria ir toda semana. Foi quando começamos a fazer comida na minha casa. A história de fazer comida para morador de rua não é de graça. Por que eu sou bonzinho? Não. Nós tivemos uma situação difícil que nós passamos. Tudo isso fez com que procurássemos Deus. Eu perguntava pra Deus: Como eu posso Te achar? Um dia Ele me mostrou que acharia no pobre. Foi onde eu comecei a buscar esse trabalho e encontrar Jesus em algum lugar. Foi um filme que Deus me mostrou, onde estão os mais necessitados onde encontraria Ele. Foi onde eu comecei esse trabalho fazendo marmita, fiquei 10 anos na rua levando comida toda segunda-feira. Tem muita gente que critica. Mas a comida sempre foi um meio de chegar até eles para poder encontrar essas pessoas, mostrar para elas que elas podem mudar de vida. A experiência de rua você precisa ir para entender o que é. Poder dar esperança para quem não tem mais esperança é uma parte maior.

Leco, qual é o seu alinhamento com relação ao partido e o motivo pelo qual você decidiu se colocar como pré-candidato a deputado estadual?

Teve um convite da Renata Abreu, presidente do partido (e deputada federal), para que eu viesse como pré-candidato a deputado estadual. Então existiu todo um planejamento. A Renata e o partido nos deram uma garantia muito grande de que quem decide as coisas aqui em Americana é o diretório de Americana. Ela garantiu isso e disse que poderíamos apoiar quem a gente quisesse. Esse foi um compromisso que assumimos com ela e uma fidelidade com o partido. Veio o convite dela. Uma das coisas é retribuir e estar junto. Estudamos a questão política, o cenário, conversei muito com minha família. Em época de campanha, muda muita coisa, não ficamos muito tempo em casa. Eu entendi que o cenário pode ser favorável. Eu vejo um espaço grande como deputado para ampliar o que você faz para a cidade e você consegue aumentar, tendo autonomia para ajudar. Eu venho com essa história social do terceiro setor.

Nós precisamos de alguém que fique nessa ponte entre Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e Americana, onde estamos passando por um momento difícil, mas estamos descobrindo empresários que vêm com ideias novas e nobres. Está faltando um apoio ao setor têxtil, que é o segundo maior empregador aqui na região.

Quando eu entrei como vereador, fui convidado a conhecer um pouco o autismo. Conheci a escola municipal Tempo de Viver e aquilo me sensibilizou porque você sente o problema de quem está ali. Tem os direitos, mas eles não chegam a quem precisa e o sofrimento aumenta. Sofrimento não só para os autistas, mas para a família depois que precisa de ajuda. Se começarmos a falar sobre o assunto, temos dados assustadores. Tem hora que dá vergonha de ser homem. Na família com autista, 80% dos pais vão embora e largam a mãe sozinha com o filho. A mãe tem de trabalhar e cuidar do filho. Quando ela vai buscar os direitos dela, falta uma estrutura. Então, o autismo tem me motivado. Nós ganhamos no ano passado uma área do prefeito Chico Sardelli (PV), de 7 mil metros para construir uma clínica-escola aqui em Americana. Essa área já tem e cheguei a levar à Brasília esse projeto para construir essa escola pública aqui em Americana que é a Tempo de Viver, escola de educação exclusiva para autistas de Americana, que hoje é alugado. Seria uma clínica-escola, envolvendo a saúde deles. Estamos buscando para ajudar essas famílias e ter uma dignidade de diminuir o sofrimento.

Houve uma intermediação para a instalação de câmeras de monitoramento no Hospital Municipal de Americana. Quantas foram? Já estão instaladas?

Nós tivemos essa ajuda da empresa Suzano. São 120 câmeras que a Suzano instalou na área interna e externa do Hospital. Nós acompanhamos tudo. Há um mês fomos ao Hospital ver o trabalho que é muito importante para a segurança do HM e entender o que está acontecendo lá dentro.

Houve a destinação de R$ 100 mil para a escola Tempo de Viver. Esse recurso já foi aplicado? Em quais serviços?

Veio esse recurso de R$ 100 mil para a escola Tempo de Viver, mas ainda não chegou o material. Já foi aprovado, já foi feita a licitação em computadores e na parte elétrica, como ventiladores, geladeiras. Eles estão precisando muito.

E sobre o transporte gratuito para idosos, a lei está sendo cumprida?

Esse foi um dos assuntos que cobramos da prefeitura para que essas pessoas tivessem a gratuidade. Os idosos acima de 60 anos precisam ir à Rodoviária pedir o seu cartão e usar. Eles vão dar uma carteirinha com tudo já. Leva cerca de 15 dias. É bem rápido.

Leco, nos bastidores da política, muito se diz essa legislatura é menos fiscalizadora, você concorda ou discorda? É questão de perfil? Qual o perfil da atual legislatura?

Cada vereador que está ali tem um perfil. Somos em 19 vereadores. Um tem o perfil de ser mais fiscalizador, outro tem outro perfil. Hoje ela tem um perfil dela. É fiscalizadora, mas ao mesmo tempo, olha a sociedade como quem precisa de ajuda. Eu tenho um gabinete que ele é técnico, responsável e muito bom. Fiscalizamos o que tem que fiscalizar. Se eu tiver só que fazer isso, eu vou embora porque eu preciso ajudar as pessoas. A própria sociedade está precisando de ajuda e estão pedindo ajuda pelo amor de Deus. Quando eu falo em terceiro setor, falo de entidades que estão lá embaixo clamando por ajuda. Eu gosto de estar com as pessoas e ajudar. Fiscalizar, sim, mas ao mesmo tempo vou construir. Não vou ficar só atirando pedra porque não vamos a lugar nenhum. Preciso ouvir as pessoas para saber o que elas estão precisando para gente ajudar os autistas, os idosos. Acabamos de passar por uma pandemia e as pessoas estão sensibilizadas. O Poder Público e a Câmara também estão sensibilizados com tudo o que está acontecendo.

Você citou as entidades do terceiro setor. Recentemente o governo municipal reajustou o repasse para entidades da cidade. Você considera esses repasses suficientes? A que ponto o investimento ao terceiro setor deve ser feito para potencializar os serviços de cada entidade?

Eu tenho uma entidade, mas não dependemos nada do Poder Público. A Prefeitura de Americana está aumentando os valores. Sempre estará faltando porque vivemos uma questão financeira que não condiz com os números. Não consegue acompanhar a inflação. A entidade tem de pagar os funcionários, o aluguel, a alimentação e um monte de coisa. As que a Prefeitura ajuda, elas precisam de dinheiro. Não dá para excluir. A Prefeitura tem seu limite e não consegue ajudar todas. O prefeito Chico Sardelli ajuda e conseguimos reunião para as entidades na Assistência Social e com o prefeito. É preciso ter um olhar um pouco mais diferente para isso, não um olhar de dar “esmola”, tem que investir. São pessoas que não querem dinheiro em troca e sim ajudar. Precisam de médico, psicólogos e tudo isso é caro. Tem lugar que visitamos que continuam abertos pelo amor dos voluntários por aquele lugar e se desdobram. 

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