terça-feira, 16 abril 2024

Lojistas do Centro ‘racham’ com Acia e definem pauta de reivindicações

Formado há pouco mais de um mês, o Glocam (Grupo de Lojistas do Centro de Americana) realiza no próximo dia 3 de julho uma reunião no salão da Basílica Santuário Santo Antonio de Pádua, às 19h, para apresentar ao poder público uma série de reivindicações para o Centro da cidade. O grupo é formado por cerca de 170 comerciantes, que preferiram se desvincular da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana) por conta de um suposto “descrédito” da associação na região Central. Presidente da Acia, Dimas Zulian afirmou que apoia a iniciativa do grupo, mas nega que a entidade esteja desprestigiada no Centro.

Representante da Glocam, o empresário Clovis Junio Yamasaki, 61, explica que a iniciativa de unir os comerciantes surgiu devido à falta de “atratividade” do Centro. O desespero de lojistas e até mesmo o fechamento de alguns lojas recentemente acelerou o processo.

“O comércio está realmente fraco. O atrativo que o Centro tinha, com lojas com roupas mais baratas, está acabando. Não podemos deixar o Centro morrer”, afirmou Yamasaki.

Entre as principais reinvidcações do grupo, estão reparos no calçadão e rua adjacentes, instalação de lixeiras pelo Centro, lavagem das ruas e do calçadão, reforço policial, maior fiscalização para inibir comércios ambulantes e reparos na iluminação da área central. Além disso, eles também defendem a necessidade de revitalizar as praças Comendador Muller e da Matriz Velha.

A Glocam obteve autorização da prefeitura para realizar eventos no Centro duas vezes por mês. Cada comerciante contribuiu com cerca de R$ 30 para instalação de brinquedos infantis em diversos pontos para atrair consumidores, além de outras atividades. No entanto, eles pretendem pedir para que essas ações possam ocorrer semanalmente.

“Queríamos que a prefeitura e as secretarias olhassem para as praças, que estão cheias de mendigos, de droga. Antes (as praças) eram movidas por familiares, que hj tem medo de ir lá. Essas atividades poderiam ser realizadas na praças, mas é preciso revitalizar. (…) São esses tipos de coisas que queremos fazer para melhorar o Centro, então precisaria que a prefeitura entendesse que o Centro quer fazer algo para melhorar”, afirmou Yamasaki.

O representante da Glocam diz ainda que o grupo não é ligado a Acia porque parte dos comerciantes do Centro não teriam mais “confiança” no trabalho da entidade. Apesar disso, as primeiras reuniões do grupo ocorreram na Acia, que abriu espaço para as atividades.

“Hoje a Acia está desacredita perante os comerciantes. Dos mais de 250 comerciantes que eu falei, uns 70% falaram que se a Acia estivesse no meio, eles não participariam. (…) Já tivemos algumas conversas, porque o pessoal realmente não sabe o que é uma associação, qual a importância. Eu sei que é preciso a associação para realizar quase tudo, mas se eu falar que sou da Acia, os comerciantes desistem”, explicou o representante.

 

O OUTRO LADO

Presidente da Acia (Associação Comercial de Americana), Dimas Zulian negou que a associação esteja desacreditada no Centro. Apesar disso, afirma que apoia a iniciativa do grupo, mesmo que não sejam filiados a Acia.

“O movimento em si é muito importante que ocorra, que aconteça. A mobilização dos comerciantes é algo espontâneo, não tem vínculo associativo com a Acia, mas nem por isso nós deixamos de dar apoio a tudo que for útil e benéfico para a cidade. (…) Agora, acho que dizer que a Acia está desacredita é uma grande bobagem. Se estivesse, não teria mais de 2.500 empresas associadas de forma espontânea”, afirmou.

Zulian destacou ainda uma baixa participação dos lojistas durante reuniões e promoções encabeçadas pela associação. “Em outubro do ano passado a Acia remeteu aproximadamente 1.300 cartas convite para uma reunião onde foi definido o horário de trabalho em dois feriados. Desses, apareceram 13. O número diz tudo. Falta mobilização”, disse o presidente da Acia.

A Prefeitura de Americana foi questionada ontem à tarde sobre as demandas dos comerciantes e se pretendia enviar algum representante para a reunião, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

 

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