quinta-feira, 20 novembro 2025
EXÓTICA E PREJUDICIAL

Meio Ambiente de Hortolândia tenta erradicar espécie invasora leucena e plantar árvores nativas

Controle da espécie exótica busca recuperar áreas verdes da cidade; trabalho acontece no Parque Socioambiental Lago da Fé
Por
Vagner Salustiano

Mais uma cidade da região declarou guerra a uma árvore muito disseminada no Brasil, mas que é considerada exótica – ou seja, “estrangeira” – e invasora, além de prejudicial à flora nativa do país.

Agora é a Prefeitura de Hortolândia que está substituindo as leucenas por árvores de espécies nativas da Mata Atlântica, que é o bioma original da região.

A mesma medida vem sendo adotada por outros municípios brasileiros, como Sumaré, Itu, Campo Grande/MS, Florianópolis/SC e Cabo Frio/RJ.

A leucena é originária da América Central, e representa um problema para o meio ambiente nacional. Introduzida no Brasil como planta forrageira (ou seja, para a alimentação animal), sua capacidade de se espalhar rapidamente e substituir a vegetação nativa representa uma ameaça à biodiversidade.

Trabalho no Lago da Fé continua ao longo dos próximos finais de semana. Foto: Prefeitura de Hortolândia

Trabalho nos finais de semana
Em Hortolândia, um dos primeiros parques públicos que está sendo atendido pela ação de controle da Leucaena leucocephala é o Parque Socioambiental Lago da Fé, no Parque Gabriel.

No último final de semana, equipes da Secretaria de Serviços Urbanos voltaram a trabalhar no local, removendo leucenas do trecho próximo às quadras esportivas.

A autorização para a ação, que acontece em etapas e se estenderá por mais dois finais de semana, foi dada pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Climáticos.

De acordo com o Departamento de Licenciamento Ambiental e Gestão de Resíduos de Hortolândia, o projeto de controle de leucenas é amparado por duas normas municipais.

São elas a Lei Municipal nº 4.035 de 2022, que proíbe o plantio da leucena e prevê multa por muda, e o Decreto Municipal nº 5.175/2023, que institui o Plano Piloto de Controle da espécie invasora.

Imagem aérea mostra o trabalho das equipes no Parque Lago da Fé. Foto: Prefeitura de Hortolândia

Retirada, gestão dos resíduos, plantio
Segundo a bióloga Niara Brambila, do Departamento do Verde e Desenvolvimento Sustentável, a remoção das árvores invasoras é apenas uma das etapas iniciais do processo.

Após a retirada completa das plantas invasoras, é realizada a gestão dos resíduos desta orgânicos desta supressão, para evitar o rebrote – ou seja, que as sementes que permanecem no solo da área limpa voltem a germinar.

Depois, vem o replantio com espécies nativas, que ajudam a trazer de volta a biodiversidade e proteger as nascentes.

Para Niara, “o projeto de controle tem sido um trabalho importante para recuperar áreas verdes aqui da cidade”, porque “a leucena é uma espécie invasora que cresce rápido e acaba tomando o espaço das árvores nativas”.

As áreas livres das leucenas vão ganhar mudas de árvores nativas brasileiras. Foto: Prefeitura de Hortolândia

Áreas limpas vão ganhar mudas nativas
Após a retirada das leucenas, o Parque Lago da Fé ganhará mudas de árvores nativas da Mata Atlântica brasileira, incluindo das espécies mutamba, mirindiba rosa, sangra d’água, guapuruvu, sibipiruna, aroeira pimenteira, amendoim bravo, Jequitibá e Ipê roxo, entre outras.

Outras áreas verdes de Hortolândia que vão passar pelo mesmo processo de erradicação e substituição das leucenas invasoras incluem o Viário Centrais dos jardins Carmem Cristina, Minda e outros, o Parque Socioambiental Aloízio Pereira Silva, no Parque Perón e o Parque Socioambiental do Jardim Amanda.

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