domingo, 30 março 2025
EMPREGABILIDADE

Mercado de trabalho: desligamentos de mulheres são os maiores em quatro anos 

Veja como isso afeta o poder de compra na região
Por
Nicoly Maia

Em 2024, Americana registrou os maiores índices de desligamentos de mulheres desde 2021, totalizando 21.328 demissões. Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a cidade enfrentou um saldo negativo em dezembro do mesmo ano, com a diferença entre contratações e demissões resultando em uma perda de 559 postos de trabalho para o público feminino.

O setor de serviços liderou os desligamentos, com 861 mulheres dispensadas, seguido pelo comércio (444 demissões), pela indústria (267), pela construção civil (9) e pela agropecuária (3).

Foto: Dezembro de 2024 registra saldo negativo /CAGED

A economista Kelly Carvalho, assessora da FecomercioSP, destaca a relação entre o aumento do desemprego feminino e o consumo das mulheres. “Em geral, as mulheres são responsáveis pelo orçamento das famílias e pelo controle das compras. Com a alta do desemprego feminino, surge uma preocupação em relação ao impacto dessa situação”, explica.

Esse cenário tem provocado uma queda na confiança das mulheres, tanto como consumidoras quanto como empresárias. A pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), à qual o Sincomercio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste) é filiado, aborda esse fenômeno.

A economista Kelly Carvalho, da FecomercioSP. Foto: Divulgação/FecomercioSP

“Com juros elevados, inflação em alta e um cenário de pessimismo econômico, muitas mulheres enfrentam um planejamento financeiro apertado, correndo o risco de se endividar”, comenta a economista.

A pesquisa da FecomercioSP analisa diversos índices, como o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), que mede o otimismo dos consumidores em relação à economia e sua disposição para consumir; o ICEC (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), que avalia o sentimento dos empresários sobre as condições econômicas e seus planos futuros; e o ICF (Índice de Intenção de Consumo das Famílias), que mensura a disposição das famílias para consumir, levando em consideração a renda, o emprego e o acesso ao crédito. Juntos, esses indicadores fornecem uma visão abrangente do comportamento econômico e das tendências de consumo.

Para a economista, diante desse cenário, é essencial que as famílias façam um planejamento financeiro cuidadoso, cortem gastos desnecessários e busquem alternativas mais econômicas para seus produtos habituais.

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