Em 2024, Americana registrou os maiores índices de desligamentos de mulheres desde 2021, totalizando 21.328 demissões. Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a cidade enfrentou um saldo negativo em dezembro do mesmo ano, com a diferença entre contratações e demissões resultando em uma perda de 559 postos de trabalho para o público feminino.
O setor de serviços liderou os desligamentos, com 861 mulheres dispensadas, seguido pelo comércio (444 demissões), pela indústria (267), pela construção civil (9) e pela agropecuária (3).

A economista Kelly Carvalho, assessora da FecomercioSP, destaca a relação entre o aumento do desemprego feminino e o consumo das mulheres. “Em geral, as mulheres são responsáveis pelo orçamento das famílias e pelo controle das compras. Com a alta do desemprego feminino, surge uma preocupação em relação ao impacto dessa situação”, explica.
Esse cenário tem provocado uma queda na confiança das mulheres, tanto como consumidoras quanto como empresárias. A pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), à qual o Sincomercio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste) é filiado, aborda esse fenômeno.

“Com juros elevados, inflação em alta e um cenário de pessimismo econômico, muitas mulheres enfrentam um planejamento financeiro apertado, correndo o risco de se endividar”, comenta a economista.
A pesquisa da FecomercioSP analisa diversos índices, como o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), que mede o otimismo dos consumidores em relação à economia e sua disposição para consumir; o ICEC (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), que avalia o sentimento dos empresários sobre as condições econômicas e seus planos futuros; e o ICF (Índice de Intenção de Consumo das Famílias), que mensura a disposição das famílias para consumir, levando em consideração a renda, o emprego e o acesso ao crédito. Juntos, esses indicadores fornecem uma visão abrangente do comportamento econômico e das tendências de consumo.
Para a economista, diante desse cenário, é essencial que as famílias façam um planejamento financeiro cuidadoso, cortem gastos desnecessários e busquem alternativas mais econômicas para seus produtos habituais.