O Ministério da Saúde emitiu, neste domingo (2), um alerta sobre o aumento da transmissão de febre amarela em São Paulo durante o período sazonal de infecção da doença, que vai de dezembro a maio. O alerta também levou atenção aos estados de Minas Gerais, Roraima e Tocantins.
São Paulo é o estado com maior concentração dos casos de febre amarela em 2025. De acordo com os registros de transmissão do vírus, 27 ocorreram em São Paulo em primatas não-humanos (PNH), um deles em Campinas, e sete casos em humanos.
Com a alta no número de diagnósticos, o Ministério da Saúde decidiu ampliar o envio de doses do imunizante para o governo paulista. Ainda no início de fevereiro, a pasta deve enviar ao estado dois milhões de doses, sendo 800 mil doses extras. Destas, um milhão foi entregue em janeiro.
O montante foi definido em reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue) , coordenado pela pasta, na última quarta-feira (29), com a participação da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. O envio das novas doses assegura o abastecimento da vacina contra a febre amarela no estado.
O Ministério também tem auxiliado a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo na investigação de casos suspeitos e confirmados de febre amarela no município de Ribeirão Preto, cidade onde concentra o maior número de PNH infectados, com 20 casos. Na próxima semana, técnicos da pasta participarão de uma reunião em Campinas com profissionais do município e de cidades próximas.
O estoque de vacinas contra a febre amarela no Brasil está regular, com envios sendo realizados conforme as solicitações dos gestores estaduais, responsáveis pela distribuição aos municípios. Em 2024, o Ministério da Saúde distribuiu 20.882.790 doses do imunizante. Em 2025, já foram enviadas 3.201.800 doses.
Orientações para os viajantes
Pessoas que planejam viajar para áreas com transmissão da febre amarela ou para regiões rurais e de mata devem verificar a carteira de vacinação. Quem ainda não tomou a vacina ou recebeu a dose fracionada em 2018 deve procurar uma Unidade de Saúde pelo menos dez dias antes da viagem para se imunizar e evitar a exposição ao vírus sem proteção.
- A mesma recomendação se aplica a:
- – populações residentes em localidades com evidência de circulação viral ou em zona rural;
- – populações ribeirinhas e no entorno de parques e unidades de conservação;
- – trabalhadores rurais, agropecuários, extrativistas e do meio ambiente, entre outros;
- Indivíduos com exposição esporádica em áreas de risco (rurais, silvestres);
- Viajantes para áreas afetadas, incluindo trabalhadores e turistas/ecoturistas.
Vacinação
A vacinação é a principal ferramenta de prevenção contra a febre amarela. O imunizante faz parte do calendário básico de vacinação para crianças de 9 meses a menores de 5 anos, com uma dose de reforço aos 4 anos de idade, além de dose única para a população de 5 a 59 anos que ainda não foi vacinada.
A pasta ainda reforça que indivíduos que receberam a dose fracionada da vacina contra a febre amarela em 2018 e que viajarão para áreas com circulação comprovada do vírus devem receber uma dose adicional na apresentação padrão.
Para pessoas com 60 anos ou mais, a recomendação é passar por uma avaliação médica individualizada antes da vacinação, considerando o risco de exposição ao vírus e suas condições de saúde.
“Além da vacinação, é fundamental adotar medidas de proteção individual, como o uso de calças e camisas de manga longa, sapatos fechados e a aplicação de repelentes nas áreas expostas do corpo. Como os vetores do vírus da febre amarela têm hábito diurno, essas precauções devem ser mantidas ao longo de todo o dia”, reforça.
Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas ou vômitos, é importante buscar atendimento médico e informar sobre a possível exposição a áreas de risco.