A história começou em 1996, quando Valdinei Santos, conhecido como Toco, comprou um MP Lafer ano 1980 com o irmão. O objetivo era simples: farrear no carnaval e em eventos. Durante uma festa sertaneja, o irmão viu um chifre pendurado na parede e decidiu que seria dele. O acessório, que custou R$ 500, acabou se tornando a inspiração para a transformação do carro.
“A gente comprou o carro por cinco mil e o chifre por quinhentos. Aí mandamos fazer a cabeça de vaca, pintamos o malhado, compramos couro pros bancos e até colocamos rabo. Daí nasceu a Jabyraca”, relembra Toco.
Com 26 anos na estrada
Desde então, o carro virou atração garantida em festas e encontros. Documentado como veículo fantasia, a Jabyraca tem autorização para rodar normalmente nas ruas. E há 26 anos, cumpre religiosamente a viagem de Paulínia até Barretos, para a tradicional Festa do Peão.
“Todos os anos eu vou com ela pra Barretos. Graças a Deus, fui e voltei sempre de boa. O carro é licenciado, não tem problema nenhum em rodar”, explica.
Reações e apelidos
A cada aparição, o carro atrai olhares curiosos e muitas fotos. Até mesmo no clube do MP Lafer, onde os proprietários costumam valorizar ao máximo os veículos originais, a Jabyraca conquistou espaço.
“No começo eu pensei: ou vão amar ou vão odiar. Mas quando chegamos, choveu de gente tirando foto. O pessoal ficou maluco”, conta Toco.
Entre os apelidos, um se destaca: “Quando o pessoal olha, já solta: ‘ó lá, o carro do corno, o chifrudo!’. Mas a gente já tem a resposta na ponta da língua: isso aqui é um espelho… o que você tá vendo é você”, brinca o proprietário.
De relíquia a carro de alegria
Apesar das críticas de quem acha que ele “estragou” um clássico, Toco garante que a transformação só trouxe felicidade. “O carro original é lindo, mas esse aqui tem chifre, couro, rabo e buzina que muge. Pra gente foi só alegria.”
A Jabyraca também já foi usada em casamentos, festas juninas e até para levar noivas e noivos até o altar. “É um carro de alegria, pra levar felicidade. Meus filhos também usam, mas a gente não deixa rodar muito porque existe custo e responsabilidade. Não é pra bagunça, é pra aproveitar nos momentos certos.”
O futuro da Jabyraca
Depois de 26 anos rodando, Toco não pensa em grandes mudanças. “O que eu ainda quero colocar é só a capota, pra quando chover. Fora isso, é só manter e conservar.”
E, claro, não pode faltar a marca registrada: a buzina que imita o mugido da vaca. “Pra finalizar tinha que ser assim. Se é vaca, tem que mugir. Aí sim fica completo.”
