O MPF (Ministério Público Federal) pediu na Justiça Federal de Campinas o arquivamento do inquérito da Polícia Federal que investigava a ex-prefeita de Sumaré Cristina Carrara (PSDB) pelo suposto recebimento de recursos, via caixa 2, da construtora Odebrecht.
A suspeita surgiu durante fases anteriores das investigações da operação Lava Jato, que culminaram em um mega acordo de delação premiada, feito por diversos executivos do grupo.
Um deles, Guilherme Pamplona Paschoal – que dirigia a área de saneamento da empresa – afirmou que contribuiu ilegalmente com R$ 600 mil para a campanha eleitoral da tucana em 2012, ano em que ela se elegeu prefeita.
Durante o mandato de Cristina, a Odebrecht acabou vencedora de uma licitação que concedeu os serviços de água e esgoto do município.
Os pagamentos foram registrados no sistema “Drousys”, criado exclusivamente pela empreiteira para gerenciar o pagamento de vantagens e indevidas a políticos e funcionários públicos de áreas de interesse da companhia.
O delator disse que a suposta doação irregular foi acertada em uma reunião com a própria Cristina e um assessor.
Ouvidos pela PF, ambos afirmaram que toda a arrecadação da campanha foi feita de acordo com a legislação eleitoral.
Para o procurador da República Ricardo Perin Nardin, responsável pela investigação, a delação é válida, mas não basta para propor uma ação penal contra a ex-prefeita. “Suas declarações encontram-se isoladas nos autos. Estão desamparadas por qualquer outro elemento de prova. Ele não apontou a forma como o pagamento foi feito, não apontou nenhuma linha possível para o rastreamento dos valores”, apontou.
O pedido de arquivamento ainda precisa ser homologado pela 1ª Vara Criminal de Campinas, onde tramita o inquérito.
Procurada pelo TODODIA, a ex-prefeita se disse tranquila em relação ao caso. “Estou acompanhando através dos meus advogados, sempre confiei na justiça e aguardo com tranquilidade os próximos encaminhamentos do processo”, declarou Cristina.
Por Walter Duarte