Diretora de escola é acusada de aumentar número de crianças em sala
Denúncia de “confinamento” de 21 crianças dentro de carrinhos de bebês, em uma única sala do Berçário 1 da CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Padre Renato Marchiori, no Jardim Alvorada, em Nova Odessa, foi parar na Polícia Civil. O caso foi relatado pelas próprias educadoras da unidade, que dizem que alertaram os riscos após a diretora da creche decidir aumentar o número de 14 para 21 bebês na sala, com apenas duas professoras no local, adicionando mais um grupo de recém-nascidos ao mesmo ambiente.
“Os carrinhos não são adequados para as crianças. Elas são educadoras e precisam desenvolver atividades. No carrinho? Não tem como no carrinho. Recebemos fotos de educadora alimentando mais de uma criança com o mesmo prato. Isso pode acarretar em transmissão de doenças. Não pode ficar por um grande período de tempo dentro carrinho”, denunciou o diretor do sindicato dos servidores, Adriano José do Carmo Rosa.
Em depoimento à Polícia Civil, uma funcionária disse ter recebido ameaças da própria diretora da creche e outra afirma ter sido interrogada “ilegalmente” por um secretário adjunto da Prefeitura.
Diante da polêmica, o sindicato registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil alegando “risco de acidentes, incêndio, transmissão de doenças, dentre outros problemas que podem ocorrer em razão do confinamento”, denunciou o sindicato no dia 3 de agosto.
Uma das professoras da creche afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que a diretora da creche fez ameaças após o caso chegar ao sindicato e ainda declara ter sido interrogada de forma ilegal por um secretário adjunto, que teria tomado o telefone celular de suas mãos para confirmar a existência de fotos registradas dentro da unidade.
Uma das funcionárias acusou a diretora de dizer a ela: “você vai se ferrar porque está colocando muito sua cara a tapa”.
O caso também chegou ao conhecimento do MPT (Ministério Público do Trabalho).
OUTRO LADO
A Prefeitura de Nova Odessa informou que está instalando um procedimento administrativo para apurar as denúncias de que, “sem o conhecimento ou consentimento da Secretaria Municipal de Educação, a equipe de um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) teria utilizado carrinhos de bebê para o descanso das crianças de turmas de maternal, o que não possui previsão nos regulamentos de atendimento da Rede Municipal. Também será apurado o “vazamento” proposital de imagens do interior de uma sala da unidade para terceiros, o que afronta todas as leis e estatutos vigentes de proteção às crianças”.
“Por solicitação da direção da unidade, foram adquiridos 14 novos carrinhos de bebês da marca Galzerano, para uso no transporte das crianças de um local para outro, não sendo indicada sua utilização para qualquer outra finalidade (como sono ou alimentação). Para evitar novas ocorrências do tipo, por determinação da Secretaria, os berços foram remontados”, disse a Prefeitura, através de nota.
A Prefeitura afirma também que “o procedimento correto estabelecido e válido para todas as 13 Creches Municipais é que todas as crianças devem dormir nos berços, colchonetes ou caminhas, em suas respectivas salas”.
“Os carrinhos são apenas para locomoção dos bebês. Todas as Unidades Escolares possuem a estrutura adequada e equipamentos em número suficiente para que esse protocolo seja seguido. Todas as profissionais estão orientadas quanto ao uso adequado dos carrinhos apenas para a locomoção das crianças de um local para outro”, disse.
