Uma moradora de Nova Odessa procurou a equipe da TV TODODIA nesta quarta-feira (18) para denunciar supostos maus-tratos a um cachorro abandonado que teria sido atropelado e vive nas proximidades do Departamento de Bem-Estar Animal (DBEA) do município.
De acordo com a denunciante, que atua como voluntária no cuidado do animal, ela teve o acesso ao local onde o cão vive — e que frequenta há cerca de dois anos — restringido após relatar a situação. O cachorro, batizado de Coxinha, foi deixado no local ainda filhote, antes mesmo da construção do atual prédio do DBEA.
Desde então, segundo a moradora, que prefere não se identificar, ela cuida diariamente do cão e, embora sem autorização formal, tinha permissão informal para acessar o quintal do órgão, onde foi construída uma casinha para o animal.
Na última segunda-feira (16), por volta das 17h, a voluntária afirma ter encontrado o local trancado e o cachorro aparentemente ferido. Ela diz ter acionado amigos e enviado vídeos ao prefeito Cláudio Schooder (Leitinho), que teria encaminhado o caso à coordenação do departamento.
A veterinária responsável teria retornado ao local cerca de duas horas depois. Ainda conforme o relato da denunciante, a profissional informou que o animal havia sido atropelado e levado até o departamento, mas ressaltou que o espaço não funciona como hospital veterinário 24 horas. O cão foi medicado e estaria sob cuidados, porém a veterinária teria informado que ele ficou paraplégico em decorrência do atropelamento.
A moradora alega que, após o episódio, o cadeado do portão foi trocado, impedindo-a de continuar acessando o local onde costumava cuidar do cachorro.

POSICIONAMENTO DA PREFEITURA
Em nota, a Prefeitura de Nova Odessa confirmou que o cão foi atropelado na Estrada Eduardo Karklis, na área rural da cidade, por volta das 16h da última segunda-feira. O Setor de Zoonoses foi acionado por moradores e, ao chegar ao local, constatou que o animal não movimentava os membros traseiros. Ele foi recolhido com cuidado e encaminhado ao DBEA.
Já na unidade, o cão foi medicado e passou por avaliação veterinária, que identificou uma provável lesão na coluna. Por se tratar de um local que não dispõe de equipamento de raio-x, a confirmação do diagnóstico ocorreu apenas no dia seguinte, por meio da doação do serviço por um profissional que possui equipamento portátil. O exame revelou que o animal sofreu uma luxação, e não fratura, na coluna.
Segundo a prefeitura, o cão estava muito agitado e agressivo no momento da chegada e, por isso, foi acomodado inicialmente em um espaço com solo macio, fora do prédio, para evitar riscos à coluna. Após estabilização do quadro, ele foi transferido para o interior da unidade.
O tratamento segue com medicação, acupuntura, laserterapia e moxaterapia. Nesta quarta-feira (18), ele foi transferido para uma clínica particular conveniada à ONG AAANO, onde continuará a recuperação. Há possibilidade de cirurgia, caso o quadro não evolua de forma satisfatória.
A prefeitura informou ainda que, por se tratar de um prédio público da área da Saúde, o acesso é restrito aos servidores autorizados, não sendo permitida a posse de chaves por moradores ou cuidadores voluntários.
Após a recuperação, o animal deverá ser disponibilizado para adoção responsável, com intermédio de entidade parceira.
