Animal foi localizado em um condomínio residencial, passou por avaliação, recebeu microchip e foi devolvido à natureza; só em 2021 já são 40 animais silvestres resgatados na cidade
Em uma operação que mobilizou a Defesa Civil, a Secretaria do Meio Ambiente e o Zoológico Municipal, mais uma raposa do campo foi resgatada em Nova Odessa, desta vez em um condomínio residencial. O animal foi examinado, recebeu microchip e foi solto em área reflorestada.
A captura foi no dia 4 de julho, mas divulgada nesta segunda pela Prefeitura de Nova Odessa.
É o terceiro animal da mesma espécie resgatado na cidade em apenas um mês. Segundo a prefeitura, em 2021 já são mais de 40 animais silvestres resgatados em Nova Odessa.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, Vanderlei Wilians Vanag, para a operação de caputra do animal, foram necessárias duas armadilhas não letais em pontos próximos ao local onde a raposa adentrou o residencial.
“Depois de resgatada, a raposa do campo passou por uma avaliação clínica feita pela veterinária do município, Paula Faciulli, e pela diretora municipal do Meio Ambiente, a bióloga e zoóloga Daniela Fávaro. Tendo então sido considerada saudável, ela foi microchipada e solta em uma área reflorestada, que oferece condições seguras de sobrevivência”, informou. O novo “endereço” da raposinha não foi divulgado, para protegê-la.
Segundo a diretora municipal do Meio Ambiente, o aparecimento frequente de animais nativos em Nova Odessa se deve à grande expansão imobiliária que se iniciou na cidade há pelo menos 10 anos, em áreas onde, anteriormente, havia mata e culturas diversas, como de cana-de-açúcar, soja, amendoim e milho.
“Foi uma progressão muito rápida de loteamentos, o que acabou ocasionando a perda do habitat desses bichos. Agora, eles não têm mais onde se abrigar ou se alimentar, sem contar que seus predadores também estão desaparecendo”, explicou a diretora.
Ela também alertou que este tipo de ocorrência deve se repetir principalmente nos condomínios, que são obrigados a manter um espaço de área verde.
Ela também alertou que este tipo de ocorrência deve se repetir principalmente nos condomínios, que são obrigados a manter um espaço de área verde.
“Não só raposas do mato, mas também gambás, cachorros do mato, porcos da índia, tapitis, lebres, cobras e todos os animais que viviam nas matas precisam buscar outros locais para sobreviver, e muitas vezes acabam encontrando nas áreas verdes dos condomínios condições melhores de abrigo do que nas vias públicas da área urbana, onde há trânsito e barulho excessivo. Eles entram pela saída de água de chuva e canalizações, abertura ou pequenos vãos em grades, telas e alambrados”, complementou Daniela.
Além das três raposas do campo, as equipes da Prefeitura de Nova Odessa e os bombeiros voluntários já salvaram, em 2021, três capivaras, quatro cobras, um papagaio, dois gaviões carcará, quatro lagartos teiús, três urubus, oito gambás, seis maritacas, dois tatus, dois preás e três bem-te-vis.
Todos foram reinseridos em seu habitat natural, em áreas de proteção da cidade e da região.
O total não leva em conta os resgates de animais domésticos nem de grande porte (como cavalos, mulas e bovinos).





