O vereador Antônio Miguel Ferrari, conhecido como “Loira” (DC), eleito presidente da Câmara de Paulínia no último dia 14, vai assumir o posto na próxima terça-feira, dia 1º de janeiro, ainda sem saber se deve ou não ser o novo prefeito interino da cidade.
Paulínia hoje é governada interinamente pelo ex-presidente da Câmara, Ednilson Cazellato, o Du Cazellato (PSDB), que assumiu a gestão no dia 7 de novembro, após o cargo de prefeito ser declarado vago pelo juiz Carlos Eduardo Mendes, da 323ª Zona Eleitoral local. A decisão ocorreu após o então prefeito, Dixon Carvalho (PP), ter seu mandato cassado no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), por irregularidades na campanha de 2016. O vice, Sandro Caprino (PRB), também foi afastado.
Segundo “Loira”, a posse como presidente da Câmara é automática e não haverá cerimônia na terça. No entanto, ele disse ontem que ainda não sabe nada sobre a possibilidade de ser prefeito, uma vez que a legislação estabelece o presidente da Câmara como sucessor em caso de vacância dos cargos de prefeito e vice.
“Vamos esperar o dia 1º para ver o que vai acontecer na cidade. Não sei o que vai acontecer ainda. Se for a lei por lei, eu subo (para a prefeitura). Mas não quero puxar o tapete de ninguém. Sempre trabalhei, não quero maldade pra ninguém, mas se for lei, é meu direito, Né? Eu nem sei como acontece. Cada um fala uma coisa”, disse.
O vereador explicou que não foi procurado pela Justiça Eleitoral e nem pelo Jurídico da Câmara para tratar qualquer assunto sobre a prefeitura.
No entanto, ele demonstrou estar um pouco chateado com Du Cazellato. “Ele não quer conversar comigo. Um amigo me disse que ele não quer conversar comigo. Ele não me procurou e eu não procurei ele. Mas não tenho nada contra ele. É boa pessoa, respeito ele. Ele é o prefeito e não ligou pra mim (quando foi eleito presidente), então não vou ligar para ele”, explicou.
Du Cazellato por sua vez acredita que permanece no cargo. “Pela ordem judicial que me empossou, eu acredito que eu devo ficar (no cargo), a não ser que o juiz da cidade mande eu sair. Quem me deu a posse foi o juiz da cidade. Não, não tenho dúvida disso, nem meus advogados tem dúvida (de que se mantém no cargo de prefeito)”, declarou.
Sobre não falar com Loira, Du disse que ambos estão com a agenda cheia, mas que não há nenhum problema. “Na semana retrasada estivemos juntos em um evento na Câmara. O presidente do partido dele é meu secretário. Não sei quem tá falando isso aí (que a gente não se fala)”, concluiu.
Desde o final do mês passado, o TODODIA tenta contato com o juiz eleitoral de Paulínia para comentar a possibilidade de o novo presidente da Câmara assumir o Executivo, mas as ligações não são transferidas e a orientação local é consultar o TRE. O tribunal, por sua vez, responde que “a Câmara poderá detalhar melhor o procedimento”.
Já na Câmara também não houve esclarecimentos. A Casa de Leis evitou garantir se o novo presidente assume a prefeitura ou se Du Cazellato poderia continuar no cargo de prefeito interinamente até que as eleições sejam marcadas. A orientação foi que a reportagem entrasse em contato com o TRE.