sexta-feira, 22 novembro 2024

Operações contra corrupção têm 78 presos em 2018 na RMC

Operações contra a corrupção deflagradas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP (Ministério Público), e pela Delegacia de Polícia Federal, ambos em Campinas, terminaram com saldo de 78 pessoas presas entre janeiro a novembro de 2018 na RMC (Região Metropolitana de Campinas). O número é expressivo e a previsão é de que o total de prisões em 2019 seja ainda maior.

As operações conduzidas especificamente pelo Gaeco Campinas este ano foram batizadas de “Vidocq”, “Tio Genésio” e a mais recente, “Ouro Verde” – que, de acordo com o promotor Daniel Zulian, está longe do fim. Só a terceira fase da Operação Ouro Verde, que investiga desvio de pelo menos R$ 7 milhões em verbas públicas do hospital homônimo de Campinas, resultou na prisão de oito agentes públicos e empresários na cidade.

Entre os presos pela Operação estão Thiago Neves, diretor da Vitale, OS (Organização Social) que administrava o Hospital Ouro Verde. A Vitale era utilizada para a obtenção indevida vantagem patrimonial, possibilitadas pelo desvio sistemático de recursos do hospital.

Dois ex-diretores do hospital e quatro empresários também estão na lista de investigados. Mandados de prisão foram lavrados contra Sylvino de Godoy Neto, dono do jornal Correio Popular, apontado como integrante do esquema, e contra seu filho Gustavo Khattar de Godoy, de 40 anos, que chefiava a área de exames de radiologia no hospital e tinha salário superfaturado, segundo as investigações. Sylvino Godoy já obteve habeas corpus e se livrou da prisão.

Danilo Silveira, Felipe Brás e João Carlos da Silva Júnior também foram detidos, além do secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de Campinas, Silvio Bernardin.

Ao todo, as operações deflagradas pelo Gaeco Campinas levaram à prisão de 66 pessoas investigadas por corrupção. Já a Polícia Federal em Campinas conduziu, em 2018, quatro operações com foco no combate ao tráfico de entorpecentes e em fraudes contra a Previdência Social, com seis presos.

APOIO DA SOCIEDADE
O promotor Daniel Zulian, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público em Campinas, acredita que o total de prisões em 2019 será ainda maior do que o verificado este ano.

Ele vê a presença do crime organizado na RMC principalmente como uma resposta aos investimentos feitos pelo Ministério Público. “Acho que é uma soma de fatores. O primeiro deles, sem dúvida nenhuma, é o suporte cada vez maior que o Ministério Público tem dado para os núcleos. O Gaeco tem cada vez mais recebido respaldo e estrutura e isso permite que se aprofundem as investigações e mais fatos possam ser investigados”, declarou.

Para ele, o outro fator determinante para esta projeção é o apoio cada vez maior da população às ações de combate ao crime organizado. “A gente vive um momento em que os integrantes da sociedade perceberam o mal causado pela corrupção e isso também impulsiona para que tanto o poder judicial quanto as demais instituições envolvidas se empenhem para que as operações tenham sucesso”, declarou.

O próximo passo, segundo o promotor, é envolver os políticos em uma proposta de revisar a legislação em vigor e reduzir as brechas que rendem liberdade aos suspeitos. “Esse é o próximo passo. O engajamento da classe política é a última etapa para que o combate à corrupção seja efetivado e os agentes corruptos passem a ter receio de cometer tais ações, e que não tenham o sentimento de impunidade que leva muitos deles a praticarem atos da corrupção”, projetou.

 
 
 

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