As operações integradas de trânsito realizadas em Campinas durante o mês de outubro resultaram na identificação de 1.082 infrações e na remoção de 197 veículos com irregularidades. A ação, conduzida pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) em parceria com a Guarda Municipal (GM) e a Polícia Militar (PM), teve como foco reduzir os riscos de acidentes e coibir a direção perigosa em vias urbanas.
Ao todo, 36 blitze foram realizadas em diferentes regiões da cidade. Do total de autuações, 61% (662) foram aplicadas a motocicletas, 37% (404) a automóveis, além de 12 caminhões e 4 veículos de outros tipos. Desde o início de 2025, as 263 operações integradas já somam 9,8 mil condutas de risco registradas, com quase 1,9 mil veículos removidos ao Pátio Municipal.
“As operações têm efeito dissuasório e ajudam a reduzir comportamentos de risco. A verificação de pneus, escapamentos e iluminação melhora as condições de circulação e reduz a probabilidade de sinistros,” afirmou o coordenador de Fiscalização e Operação de Trânsito da Emdec, Marcelo Carpenter.
Ranking das principais infrações
As dez condutas mais frequentes nas fiscalizações concentraram 70% das autuações (759 registros). O licenciamento vencido foi o principal motivo de multa, seguido por alterações na iluminação e escapamentos irregulares.
- Licenciamento vencido: 170 infrações (15,7%)
- Sistema de iluminação alterado: 100 infrações (9,2%)
- Escapamento furado ou descarga livre: 99 infrações (9,1%)
- Pneu em mau estado (“careca”): 81 infrações (7,5%)
- Condutor sem cinto de segurança: 75 infrações (6,9%)
- Placa fora do padrão do Contran: 48 infrações (4,4%)
- Conduzir sem habilitação: 47 infrações (4,3%)
- Placa ilegível: 47 infrações (4,3%)
- Motociclista com viseira levantada: 47 infrações (4,3%)
- Ausência de equipamento obrigatório: 45 infrações (4,2%)
Preocupações
Entre as irregularidades mais preocupantes, a Emdec destaca o uso inadequado de lâmpadas de LED em faróis, que prejudica a visibilidade de outros motoristas, e o barulho excessivo de escapamentos, que gera poluição sonora e pode causar danos auditivos a motociclistas.
Falta de habilitação e de cinto ainda causam mortes
Durante as fiscalizações de outubro, 122 motoristas foram flagrados sem cinto de segurança ou sem habilitação. Segundo dados da Emdec, essas condutas estão entre as que mais contribuem para acidentes fatais em Campinas.
Em 2024, o município registrou 68 sinistros fatais com 72 vítimas, e em 21% dos casos (13 ocorrências) a causa foi ausência de habilitação, enquanto em 6,6% (4 casos) o fator de risco foi a falta de cinto de segurança. “O motorista sem habilitação não tem a perícia mínima para dirigir. E quem dispensa o cinto de segurança assume o risco de pagar com a própria vida — mesmo em trajetos curtos, dentro do bairro,” reforçou Carpenter.
Fiscalização reforçada por nova legislação
As ações de fiscalização foram intensificadas após a Lei nº 14.599/2023, que ampliou as competências dos órgãos municipais de trânsito. Desde então, os agentes da Mobilidade Urbana passaram a ter autonomia para fiscalizar enquadramentos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como o estado de conservação dos veículos e a regularidade da documentação.
