Um novo procedimento canônico foi instaurado pela Igreja Católica, desta vez para apurar os crimes de abuso sexual contra menores e desvio de recursos da igreja, supostamente cometidos pelo Padre Pedro Leandro Ricardo, afastado em janeiro deste ano da Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana.
A investigação interna corre paralelamente a outra, movida pelo Vaticano, e que apura denúncia de apropriação indébita por parte do bispo da Diocese de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira. O bispo ainda teria conhecimento dos atos praticados pelo padre. Ambos são investigados pela Polícia Civil e negam os crimes.
Ontem, um grupo de americanenses viajou a Araras, onde foi ouvido por dois padres na Capela de São Sebastião, da Paróquia São Judas Tadeu. Cada depoimento durou cerca de uma hora e os fiéis relataram o que chamam de “atos de perseguição” por parte do Padre Leandro.
Uma segunda leva de depoimentos está prevista para ocorrer na manhã de hoje, também em Araras.
À tarde, três pessoas – incluindo um homem que teria sido assediado sexualmente quando era adolescente e acólito (coroinha) da igreja – irão depor em Americana.
A paróquia destinada a abrigar os depoentes estaria sendo definida pelo vigário-geral da Diocese de Limeira, Padre Júlio Barbado, uma vez que nenhum pároco de Americana teria interesse em ceder voluntariamente as instalações da igreja para a realização das reuniões.
Na sexta-feira, seria a vez do Padre Leandro depor em Araras, segundo fontes ouvidas pelo TODODIA.
A reportagem não conseguiu contato com o religioso nem com a Diocese na noite de ontem.