É, o tempo passa depressa. A sede inaugural do Tiro de Guerra, em Americana, foi fundada em abril de 1975. Lá se vão 44 primaveras. E o que pouca gente se dá conta é que aquelas dependências nunca passaram por uma reforma considerável. As intervenções sempre dependeram dos recursos da prefeitura, e das parcerias pontuais com a sociedade civil.
Nesta semana, por exemplo, a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maine Najar, anunciou a doação, à corporação, de 80 metros quadrados de piso, que serão assentados na sala, no quarto e na cozinha usados pelos funcionários.
O chefe de instrução, subtenente Ricardo Vernillo Ribeiro, comemorou. “O piso já deteriorou bastante. A reforma vai ser fundamental para a conservação das instalações”, disse.
A partir da doação, o serviço será exexutado por uma equipe de servidores. Primeiro passo, quem sabe, para projetos maiores de adequação e modernização das dependências.
PARCERIAS
O fato é que a prefeitura e o Tiro de Guerra 02-045, historicamente, se ajudam. Muito além das instruções – e de episódios divertidos que ficam na memória dos atiradores – quem passou por lá sabe que a corporação presta serviços importantes à comunidade.
Os soldados arrecadam agasalhos, participam de campanhas de vacinação, recolhem mantimentos, trabalham em diversas campanhas. E a prestação de serviços sociais orgulha demais quem veste a farda. Por conta disso o governo municipal sempre investiu na manutenção do espaço. Ao Exército cabe as despesas com fardas, armamentos e remuneração de instrutores. A prefeitura fica com despesas cotidianas. Fornece, por exemplo, três servidores para a secretaria, a jardinagem e a faxina.
“A parceria com a prefeitura é importantíssima. Sem ela, seria impossível manter a estrutura”, fala o subtenente. Mas Vernillo sabe que a prefeitura de Americana, como qualquer órgão público, enfrenta os dramas da crise financeira: faltam recursos e as despesas aumentam.
“É aí que entram os parceiros da sociedade civil, tanto no fornecimento de materiais como de mão de obra”, afirma. “A comunidade pode ajudar a prefeitura a cuidar do TG.”
Corporação tem 72 anos de história em Americana
O Tiro de Guerra foi fundado em Americana no dia 18 de dezembro de 1946 da Inspeção Regional de Tiros, por meio de portaria criada pelo já extinto Ministério da Guerra.
A primeira sede era na Avenida Dr. Antônio Lobo, esquina com a Washington Luiz, onde depois funcionou a Fatex e, mais recentemente, a Seller. Aquele era o TG-105.
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A primeira turma começou a ser instruída em março de 1947. O primeiro diretor foi o segundo tenente José Paciulli, o primeiro instrutor o sargento João Monteiro de Magalhães.
De lá, a corporação se mudou, logo em 48, para a segunda sede, na Praça XV de Novembro (em imóvel que depois seria ocupado pelo Banco do Brasil).
Em 1955, foi inaugurada a primeira sede própria, na Praça dos Expedicionários, no começo da Avenida Cillos, onde hoje funciona o Soma (Serviço de Orientação Multidisciplinar para Adolescentes de Americana) a guarda mirim.
Desde que servia ao TG, aliás, funcionava no prédio uma escola regimental, a General Cesário, com classe primária para crianças e alfabetização de adultos.
Em abril de 1975, a corporação se mudou a sede atual, na Avenida Florindo Cibin, Bairro São Domingos. E em 1979 o TG foi renomeado. Passou a se chamar TG 02-045. Uma portaria ministerial definiu a subordinação de cada quartel a cada região militar.