Os passageiros do transporte coletivo de Americana passaram a pagar R$ 5,20 pela tarifa a partir desta terça-feira (22). O novo valor representa um aumento de 10,6% em relação à antiga tarifa, que era de R$ 4,70. Segundo a Prefeitura, o reajuste foi necessário após mais de quatro anos de congelamento da passagem.
De acordo com a administração municipal, o aumento já está em vigor em toda a rede de transporte coletivo da cidade e foi adotado para garantir a continuidade do serviço e o equilíbrio financeiro da concessionária responsável pela operação. Ainda segundo a Prefeitura, o reajuste ficou abaixo da inflação acumulada no período, que foi de 37,75%.
Apesar da justificativa oficial, o novo valor gerou reações divididas entre os usuários. Muitos criticaram não apenas o aumento, mas também a qualidade do serviço oferecido.
A aposentada Ana Rocha, por exemplo, relata dificuldades frequentes para utilizar o transporte. “A linha do Zanaga é complicada. Às vezes você está no terminal ou no ponto e simplesmente não consegue embarcar. E quando consegue, o ônibus está completamente lotado”, desabafa.

Para quem mora em bairros mais afastados, a situação é ainda mais difícil. Marilda Moreira, diarista e moradora do Jardim da Mata, afirma que nos fins de semana o transporte praticamente não existe. “No sábado e domingo não passa ônibus nenhum no meu bairro. Só tem de segunda a sexta. Como que pode aumentar o valor se nem tem ônibus?”, questiona.
A atendente Marceli da Costa de Souza, moradora do Jardim Boer, também reclama da baixa frequência e da má conservação dos veículos. “O ônibus passa só de hora em hora, e é exclusivo para o Boer. Se quiser ir para outro bairro, tem que pegar outra linha. Já não é barato, e os ônibus ainda vivem quebrando. Aí ninguém avisa nada, e a gente fica esperando mais uma hora. Eu pego dois ônibus todos os dias: do Boer até o terminal e depois até a Avenida Brasil. Essa é a minha rotina”, relata.
A Prefeitura de Americana informou que o congelamento da tarifa por mais de quatro anos só foi possível graças a subsídios concedidos ao sistema. Agora, no entanto, considera o reajuste inevitável. Em nota, a administração municipal afirmou que continua avaliando alternativas para preservar a qualidade do serviço, mesmo com a nova tarifa em vigor.