Unidade do Complexo Penal Campinas Hortolândia, a P-3P (Penitenciária III) de Hortolândia registrou um princípio de rebelião no final da manhã desta segunda-feira (24). Por volta das 11h, detentos tomaram o controle de um dos pavilhões da unidade e atearam fogo em colchões, erguendo uma coluna de fumaça preta que pôde ser vista a quilômetros de distância. Não houve registro de feridos ou reféns.
“Só tomaram a cadeia, não tem nenhum refém. Os guardas saíram do local antes dele tomarem conta da cadeia. Puseram fogo em colchão, um juiz já está empenhado (no local), mas aparentemente está tudo nas conformidades aqui agora”, explicou, ainda durante a rebelião, o presidente do Sindpenal (Sindicato dos Policiais Penais do Estado de São Paulo), Antônio Pereira Ramos.
Segundo a própria SAP (Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo), a unidade conta atualmente com 1.277 presos em sua população carcerária, total 82,5% superior à capacidade da P-3, que é de 700 presos provisórios ou do regime fechado.

PM promoveu segurança externa
Durante o “ato coletivo de indisciplina num dos pavilhões”, os presos danificaram portas automatizadas de celas e atearam fogo em colchões e outros objetos.
O 48º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), que atua na região, chegou a ser acionado pela Secretaria por volta das 11h40 para fazer o policiamento externo da área da penitenciária e evitar eventuais tentativas de fuga em massa.
A PM só entra em presídios, no entanto, com o Batalhão de Choque, e somente com autorização prévia do Governo do Estado.
Um helicóptero Águia da corporação sobrevoou a unidade por volta do meio-dia, enquanto muitos policiais penais podiam ser vistos andando sobre as muralhas da penitenciária. Barulhos semelhantes a disparos de escopeta foram ouvidos algumas vezes durante a ação.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o motivo para a rebelião teria sido a apreensão no dia anterior (domingo), por parte dos policiais penais, de recipientes com a chamada “maria-louca” – a aguardente artesanal produzida de forma clandestina pelos presos, dentro dos presídios.
Outras informações, no entanto, apontam para uma suposta briga entre detentos como a causa da rebelião.

Situação só foi normalizada à tarde
A mobilização dos presos só foi totalmente contida já no meio da tarde, através da ação da CIR (Célula de Intervenção Rápida).
Apenas por volta das 14h30 a SAP informou que “no momento, a Penitenciária III de Hortolândia opera dentro dos padrões de segurança e disciplina” e que “os custodiados estão contidos pela CIR”.
A pasta adiantou ainda que “os envolvidos (na rebelião) serão transferidos para outros presídios paulistas”.
“Pelas informações, o local ficou bem destruído. Agora começa as transferências”, confirmou o presidente do Sindpenal já no final da tarde.





