Os petroleiros da Replan (Refinaria de Paulínia) mantiveram ontem a greve iniciada no sábado. Cerca de 500 (55%), dos 900 trabalhadores, segundo o Sindipetro (Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo), aderiram ao movimento, que não tem prazo para acabar.
Os serviços essenciais da refinaria são mantidos por uma equipe de contingência nomeada pela empresa.
A greve dos petroleiros foi aprovada por todos os sindicados filiados à Federação Única dos Petroleiros. O movimento contesta as mil demissões feitas na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). Além disso, a categoria também quer o cumprimento de termos do acordo coletivo de trabalho.
Os petroleiros esperam propostas da empresa para reivindicações sobre participação nos lucros, regras definidas para banco de horas e definição para a tabela de turnos.
A presença do grupo de contingência foi tomada pela Petrobras depois que a Justiça exigiu, das partes envolvidas, um acordo para a manutenção dos serviços essenciais.
Os sindicalistas estão levando o caso ao Ministério Público Federal, denunciando que os integrantes deste grupo estão submetidos a condições desumanas de trabalho.
De acordo com Gustavo Marsaioli, dirigente do Sindipetro, a equipe de contigência é composta por 35 indicados, atuantes desde domingo. São gerentes e supervisores.
Segundo o sindicalista, trata-se de metade do número de funcionários necessários para manter um único turno.
“A equipe se desdobra nos turnos, está submetida a condições absurdas de trabalho “, afirmou.
O movimento que eclodiu na linha de produção durante o final de semana ganhou, na manhã de ontem, a adesão dos trabalhadores do setor administrativo.
Durante um ato organizado pelo Sindipetro, os ônibus que levavam o pessoal para o trabalho foram abordados, e os dirigentes entraram em cada veículo, explicando as razões do movimento.
Segundo o sindicato, 150 dos funcionários abordados aderiram ao movimento, que até sábado mobilizava 350 trabalhadores.
PETROBRAS: ATO DESCABIDO
A Petrobras afirmou que considera descabidas as justificativas apresentadas pelas lideranças sindicais para a greve porque, segundo a empresa, estão sendo respeitados os compromissos firmados na negociação do acordo coletivo.
Sobre as demissões na fábrica de fertilizantes, a Petrobras informou que a interrupção da produção no local vai causar a demissão de 396 pessoas, e não mil (como afirmam os dirigentes sindicais).
A decisão foi tomada depois que fracassaram, ao longo de dois anos, as tentativas de venda do ativo. A estatal anunciou que vai sair integralmente dos negócios de fertilizantes.