Pela primeira vez, a Polícia Federal de Piracicaba usará drones para reforçar o combate aos crimes eleitorais. O equipamento poderá ser usado para fiscalizar boca de urna e outras irregularidades nas eleições de 15 de novembro. Se houver denúncias, os equipamentos também poderão sobrevoar possíveis regiões com irregularidades em Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste, além de outras 26 cidades abrangidas pela regional.
As informações sobre os sobrevoos na região foram transmitidas em coletiva de imprensa nesta terça-feira (27), com simulação de sobrevoos.
A PF de Campinas também recebeu dois drones, mas eles serão usados exclusivamente na metrópole, sem previsão de fiscalização em Sumaré e Hortolândia, duas cidades abrangidas pela Delegacia da PF. A informação é da Comunicação Social.
Segundo o delegado da PF de Piracicaba, Julio Sávio Monfardini, são dois os objetivos do uso dos drones: prevenção e repressão. Os equipamentos podem ser usados para prevenir aglomerações e evitar abordagens de eleitores, em razão da pandemia do novo coronavírus.
Também poderão ser usados como instrumento de obtenção de provas, porque os arquivos (imagem, vídeo e áudio) podem ser utilizados como provas em inquéritos policiais e em autos de prisão em flagrante.
Podem ser fiscalizados crimes como uso de alto falantes, boca de urna, entrega de santinhos, fornecimento ilegal de alimentação e transporte aos eleitores e compra de votos, informou Monfardini. A PF poderá ser acionada através de denúncias, pelo Ministério Público Eleitoral e pela Justiça Eleitoral.
“A área circunscricional da nossa Delegacia da PF de Piracicaba conta com 29 municípios, entre eles Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa. Mais ao sul começam as cidades vinculadas à Delegacia da PF de Campinas (Hortolândia, Sumaré). A utilização dessa ferramenta pode se dar em qualquer localidade”, informou o delegado.
As notícias de crime ou requisições da Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral serão apreciadas. Se houver necessidade de utilização desse equipamento, a equipe será despachada para a localidade, explicou Monfardini.
“Lá chegando, o sistema do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) é alimentado com as coordenadas geográficas e iniciado o voo com a natureza de segurança pública (diferente do voo “recreativo”). Caracterizada a ocorrência de crime, os envolvidos serão apresentados nesta DPF em Piracicaba para os procedimentos de polícia judiciária, até mesmo prisão em flagrante”, esclareceu Monfardini.
Não havendo denúncia ou requisição, o equipamento pode sobrevoar alguma localidade a título preventivo. Caso durante esse período apareça alguma demanda, então será avaliado o deslocamento. O delegado ressaltou que todos os operadores tiveram treinamento e estão credenciados pelo Decea e registrados no órgão competente.