O setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento de 1,4% no PIB (Produto Interno Bruto) da chamada “região administrativa” de Campinas – que compreende 90 cidades – durante o segundo trimestre de 2019. É o que aponta um levantamento da Fundação Seade (Serviço Estadual de Análise de Dados e Estatísticas). Entre março e junho, R$ 1,6 bilhão foram adicionados à economia local, apenas por esse segmento.
O PIB é um indicador macroeconômico que mede a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma localidade em um período de tempo. O órgão estadual mediu o valor adicionado por cada atividade econômica.
Enquanto essa soma, nos serviços, foi 3,1% maior no período analisado, a indústria teve queda (-2%) e a agropecuária (0,6%) ficou praticamente estável. O estado de São Paulo registrou crescimento de 0,9%.
Entram na categoria empresas e profissionais que oferecem bens “intangíveis” – como bancos e seguros – ou “imateriais” – como educação, saúde e tecnologia.
Para o economista e professor da EEP (Escola de Engenharia de Piracicaba) Francisco Crócomo, a liberação legal para mais terceirizações e o próprio enxugamento dos quadros nas fábricas explicam a expansão dos prestadores.
“Você tem uma queda na indústria, o serviço acaba subindo. Muita gente que perde o emprego no setor industrial acaba aproveitando todo o conhecimento que adquiriu para entrar no mercado de consultoria, por exemplo. A terceirização também tem crescido bastante”, analisa.
Para Crócomo, o crescimento da região poderia ser ainda melhor se as indústrias estivessem em um processo de retomada. “As regiões de Sorocaba e Santos têm a indústria crescendo junto com o serviço e tiveram crescimento próximo de 4%. Temos um desemprego muito grande ainda. Os juros e a inflação caíram mais por conta da falta de consumo”, completa.
TECNOLOGIA
Para o diretor de Desenvolvimento Econômico de Americana, e vice-presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Marcelo Fernandes, as empresas de tecnologia são as principais responsáveis pelo bom desempenho do setor de serviços este ano.
“A gente percebe que este ano está sendo melhor que o ano passado. A área de tecnologia, por exemplo, está despontando. Americana e toda a RMC (Região Metropolitana de Campinas) têm muitas empresas desse segmento”, avalia.
Ele cita, ainda, a hotelaria como um ramo em expansão. “Tivemos recentemente a inauguração de uma unidade de uma grande rede de hotéis em Americana e mais empreendimentos estão sendo lançados”, afirmou.
Por Walter Duarte
