Piracicaba é a cidade com mais casos de picada de escorpião na região. Foram registrados 791 casos leves, 11 casos moderados e graves, e não apresenta casos ignorados. Já Campinas teve 28 casos ignorados, 487 casos leves, 10 casos moderados e 4 casos graves. Os dados são do painel de Acidentes por Animais Peçonhentos do Estado de São Paulo referente ao ano de 2025.
Em seguida, a cidade que aparece com mais casos leves é Americana, com 232, seguida de Sumaré com 220, Limeira com 215, Hortolândia com 148, Santa Bárbara d’Oeste com 136 e Nova Odessa com 52. As cidades citadas somam juntas 2.281 casos leves, 55 casos moderados, 23 casos graves e 37 casos ignorados.

O que é o acidente escorpiônico?
Acidente escorpiônico, ou escorpionismo, é o envenenamento causado pela picada de escorpião, que injeta veneno por meio de um ferrão localizado na ponta da cauda. Márcia Pacóla, diretora técnica da Divisão de Saúde GVE XVII Campinas, explica que, “em casos de sintomas mais agravados, é necessário um atendimento mais especializado, com aplicação do soro antiescorpiônico no local onde houve a picada, chamado Ponto Estratégico de Soro Antiescorpiônico”.
O ideal é lavar o local com água e sabão e evitar espremer, sugar ou fazer torniquete. Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para receber atendimento adequado.
Relato de vítima
O preparador de autos Gunar Fernandes Luiz relembra o dia em que foi picado. “Tínhamos um colchão que não usávamos mais no quintal, meu filho pequeno brincava com ele. Um dia fui mover o colchão e recebi a picada. Foi uma dor intensa”, conta.

Ele procurou rapidamente ajuda médica, recebeu o soro e passou o dia com dores, retornando ao hospital cerca de quatro vezes. “Mesmo com dor, agradeci a Deus. Poderia ter sido meu filho, que na época tinha apenas 2 anos e talvez não resistisse”, afirma.
Atendimento em Americana
Em Americana, as UBS não possuem soro antiescorpiônico, somente o Hospital Municipal Waldemar Tebaldi. A diretora técnica recomenda, principalmente quando a vítima é uma criança menor que 10 anos, procurar a unidade que tenha o soro.
Márcia esclarece que nem toda pessoa picada precisa tomar soro, especialmente aquelas que não fazem parte do grupo de risco, como crianças menores de 10 anos e idosos: “Nem todas as pessoas tomam o soro. Apenas 5% das pessoas picadas recebem o soro, que são os casos mais graves”.

Sintomas e riscos
Entre os sintomas mais comuns estão dor intensa no local da picada e agitação. Em quadros moderados, a vítima apresenta dor intensa, vômitos ocasionais, suor, agitação, aumento dos batimentos cardíacos e da respiração.
Já os quadros mais graves são caracterizados por suor e vômitos intensos, sonolência com agitação, tremores, aumento dos batimentos cardíacos e da respiração, salivação excessiva, hipotermia, convulsões, edema pulmonar, insuficiência cardíaca e choque, podendo levar à morte.

Prevenção
“Precisamos nos proteger, manter os ralos fechados, cuidar do quintal, não ter entulho, manter as plantas e os arbustos aparados para não haver acúmulo de folhas. Para o escorpião e também para o Aedes aegypti, evitando água parada. E também é importante eliminar baratas e outros insetos, que são o alimento dos escorpiões. Eliminando esses insetos, não teremos alimento para o escorpião e, consequentemente, não teremos o escorpião”, orienta Márcia Pacóla.