O número de medidas protetivas concedidas em Piracicaba subiu de 887 em todo o ano de 2024 para 1.018 até outubro de 2025, o que representa um aumento de 14,7%. Os dados são da Patrulha Maria da Penha, da GCMP (Guarda Civil Metropolitana de Piracicaba).
Segundo o comandante da GCMP, Marcos Alexandre Rodrigues Pavanello, o aumento reflete tanto a persistência dos casos de violência quanto a ampliação da consciência das mulheres sobre a importância de buscar amparo legal. “Provavelmente vamos chegar a 1.050 ou 1.100 medidas protetivas até o fechamento de 2025. Esse resultado é fruto de um trabalho conjunto. As mulheres estão tomando coragem, denunciando as violências domésticas e outras agressões do dia a dia. Mas também tivemos um pequeno aumento das violências cometidas por companheiros, maridos e familiares”, afirmou.
Ações e atendimentos
Entre janeiro e outubro deste ano, a Patrulha Maria da Penha realizou mais de 7 mil rondas preventivas e visitas de acompanhamento a mulheres com medidas protetivas. O serviço atua em parceria com o Cram (Centro de Referência e Atendimento à Mulher) e outros órgãos municipais, oferecendo acolhimento humanizado e encaminhamentos adequados para garantir segurança e proteção às vítimas.
Pavanello explicou que a medida protetiva é concedida após o registro da ocorrência na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). “Lá, a autoridade já questiona se a vítima deseja solicitar a medida. Caso queira, a própria autoridade policial pode concedê-la de forma emergencial, e depois, em audiência, a medida é mantida pelo tempo que for necessário”, disse.
Aplicativos de ajuda e resposta rápida
A GCMp de Piracicaba atualizou o sistema de monitoramento, integrando o botão do pânico ao Sistema Sentry SOS – Muralha Digital. O aplicativo é destinado a mulheres com medida protetiva de urgência e permite que, ao ser acionado, a localização da vítima seja enviada à Central Integrada de Monitoramento da GCMP. A viatura mais próxima é então acionada para atendimento imediato.
“Todas as mulheres cadastradas no botão SOS Mulher têm na plataforma o número da ocorrência, identificação e foto do agressor, além dos endereços residencial e de trabalho. Quando o botão é acionado, a Central de Operações recebe em tempo real a localização da vítima e aciona a viatura da Patrulha Maria da Penha e as demais equipes do setor para prestar atendimento imediato”, explicou Pavanello.
Atuação e estrutura da Patrulha
Criada em 2017, a Patrulha Maria da Penha conta com oito patrulheiros durante o dia e oito à noite, divididos em duas equipes por turno. Duas guardas femininas atuam na parte administrativa, responsáveis pelo levantamento de novas medidas, atualizações, cancelamentos e planejamento das rondas preventivas.
Mesmo as mulheres que não utilizam o botão SOS Mulher são acompanhadas regularmente. Para as que autorizam contato, as visitas são diárias; para as demais, ocorrem rondas preventivas.
O comandante destacou que o fortalecimento da patrulha é prioridade da administração municipal. “Não há o que se falar em deixar de ter a Patrulha Maria da Penha dentro da GCMP. A intenção é ampliar o efetivo e a frota”, concluiu.
