A Polícia Civil analisa as imagens do circuito interno de segurança da casa noturna The Farm, localizada no Jardim Girassol, em Americana, onde o motoboy Rodrigo Borges foi morto a tiros por um policial militar de folga na madrugada deste domingo (6). O policial alegou legítima defesa e foi liberado após prestar depoimento. O caso segue em investigação. A vítima foi enterrada nesta segunda-feira (7) em Americana.
De acordo com o advogado do autor, Paulo Vinícius Guimarães, o policial estava no bar como cliente e se envolveu em uma briga, que foi apartada por seguranças da casa na área de fumantes da casa noturna. Na sequência, Rodrigo teria atacado o policial na intenção de tomar a arma dele, que disparou cinco vezes contra o motoboy.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado) confirmou a versão de que Rodrigo teria tentado tomar a arma do policial, que não teve o nome divulgado. “O caso foi registrado como lesão corporal, homicídio simples e legítima defesa no 3º Distrito Policial da cidade, que prosseguirá com as investigações”, informou a secretaria.
Também na nota, a SSP informou que “a arma envolvida na ocorrência foi apreendida, que as câmeras de segurança são analisadas e que a PM acompanha as apurações”. O TODODIA questionou a secretaria e também o comando do 19º Batalhão de Polícia Militar se o policial será afastado de suas funções durante a investigação, mas não houve resposta.
Ao TODODIA, o advogado do policial acusou Rodrigo de ser “bandido” e ter atacado o PM, que apresentava ferimentos nos joelhos neste domingo, quando compareceu à delegacia.
A irmã da vítima, Daniela Ferreira, rebateu as acusações. “Se o advogado falou isso, ele vai ter que provar. Meu irmão não era bandido. Ele estava no bar comemorando o aniversário de uma amiga. O Rodrigo não estava armado, não teve troca de tiro, pra nós isso foi uma execução, porque foram quatro tiros no peito e um na cabeça, não pegou mais ninguém, só ele”, disse.
ARMADO
De acordo com o advogado e também com a administração do bar, o policial estava armado dentro do bar por opção própria.
Em nota, o bar The Farm disse que disponibilizou cofre do estabelecimento ao policial quando ele informou estar armado durante a revista na entrada, mas que o PM “na qualidade de cliente e, em exercício de seus direitos, optou por permanecer armado no estabelecimento”.