A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (3), a Operação Mão Protetora II, para combater crimes relacionados ao compartilhamento e armazenamento de imagens de abuso sexual infantojuvenil na internet. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo três em Campinas e um em Bragança Paulista. As ordens judiciais foram expedidas pelas 1ª e 9ª Varas Federais de Campinas.
A delegada da Polícia Federal, Estela Costa, afirmou que as prisões em flagrante ocorreram por terem sido encontrados arquivos com imagens relacionadas ao abuso infantojuvenil, e não pela produção. “Por enquanto pelo armazenamento. Foram encontradas diversos arquivos com conteúdo de abuso sexual infantil nas duas pessoas presas na data de hoje aqui na cidade de Campinas. Aprendemos todo o material que se encontrava de posse desses dois presos. Também das outras buscas houve apreensão de material, então que vai passar pela nossa perícia técnica, já que hoje são muitos os meios de ocultar informações, então há um perito que vai junto nas nossas buscas, tanto aquele que faz análise no local, mas muitas vezes às vezes no local a gente não encontra elementos de outros delitos ou de outros participantes, mas vindo para cá e no nosso laboratório pericial nós também ainda encontramos outras evidências”, explicou.
Dois flagrantes em Campinas
Durante a ação, dois homens foram presos em flagrante em Campinas. Um deles, de 46 anos, desempregado, foi detido na Vila Industrial. O outro, de 58 anos, aposentado, foi preso na Vila Castelo Branco. Este último é suspeito de aliciar menores por meio do aplicativo Snapchat, e a PF solicitou à Justiça a decretação de sua prisão preventiva. “Há evidências de que efetivamente ele estava conversando com menores de idade, e solicitando imagens dessas crianças. O que a gente vê hoje é que as crianças elas conhecem e sabem muito mais dos programas do que os próprios pais, então, os pais devem acessar, verificar o que eles realmente estão tendo acesso, porque infelizmente muitos pais nem sabem o que os filhos estão acessando, desconhecem os programas, até os programas utilizados pelos filhos”, relatou a delegada.
Em Bragança Paulista, nada de ilícito foi encontrado durante o cumprimento do mandado, mas dois celulares foram apreendidos e serão encaminhados à perícia.
Investigação e atuação estratégica
Ao todo, 30 policiais federais participaram da operação, que visa identificar os autores dos crimes e coletar provas relacionadas às condutas previstas nos artigos 241-A e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) — que tratam do compartilhamento e do armazenamento de material com conteúdo de exploração sexual infantil. A pena máxima combinada para esses crimes pode chegar a 13 anos de prisão.
Compromisso com a proteção de crianças e adolescentes
A Operação Mão Protetora II faz parte de uma estratégia contínua da Polícia Federal no combate aos crimes de abuso sexual praticados no ambiente virtual, reafirmando o compromisso da instituição com a proteção integral de crianças e adolescentes.