sexta-feira, 19 abril 2024

Prefeituras da região mantêm vacinação de adolescentes

Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara e Sumaré prosseguem recomendação da regional de saúde, apesar de nova diretriz do Ministério da Saúde 

Vacinação (Foto: Divulgação/ SBO)

Daíza de Carvalho

Apesar da recomendação do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades de 12 a 17 anos no país, as prefeituras de Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré informaram nesta quinta-feira (17) que a campanha para este público está mantida nas cidades, conforme entendimento também do governo estadual.

A Prefeitura de Americana informou que, por orientação da Vigilância Epidemiológica Regional (GVE), que prossegue vacinando os adolescentes e que o estoque de vacinas da Pfizer – único imunizante autorizado para este público – está atualmente em cerca de 1.500 doses.

Ainda conforme o Executivo, ainda não chegou nova remessa de AstraZeneca, mas por enquanto há imunizantes dessa fabricante para aplicação da segunda dose. Caso esta acabe, será utilizada a Pfizer.
Santa Bárbara d’Oeste atenderá recomendação do governo do estado de São Paulo e também seguirá com a campanha nos públicos previstos. “A Prefeitura ressalta ainda que não recebeu novas doses de AstraZeneca. Até o momento não há falta de doses da referida fabricante e as aplicações seguem normalmente. Caso o estoque de doses da vacina AstraZeneca para aplicação da segunda dose acabe, o município deverá utilizar a vacina da Pfizer, seguindo determinação do Governo Estadual, mediante envio e disponibilidade de doses”.
Em Nova Odessa, a vacinação de adolescentes sem comorbidades também prossegue, conforme afirmou a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. “Qualquer nova orientação do CVE estadual será imediatamente seguida. Nova Odessa não sofre com falta das vacinas da AstraZeneca/Oxford até o momento”.
Sumaré também vai manter a imunização. “A secretaria municipal de Saúde de Sumaré informa que, de acordo com a última atualização enviada ao município pela DRS VII (Regional Campinas), está mantida a vacinação para os adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidade com o imunizante da Pfizer. Desta forma, até que seja recebida recomendação contrária, a vacina continuará sendo oferecida a este público”, informou ao TodoDia.
A Prefeitura de Hortolândia, por meio da Secretaria de Saúde, também confirmou que o município seguirá as diretrizes do Programa Estadual de Imunizações – PEI e, portanto, “não realizará quaisquer alterações em seu público-alvo na campanha vacinal neste momento”.
A infectologista Raquel Silveira Bello Stucci, professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, pondera sobre a necessidade de novas explicações do Ministério da Saúde, além de posicionamento da Anvisa, mas se preocupa com a continuidade da vacinação por parte dos municípios diante a recomendação da suspensão.
“Sabemos que não existe risco zero em vacinação, mas a chance de reação adversa grave é muito menor do que até a possível mortalidade de adolescentes com Covid-19 – que é rara, mas acontece. Sabemos que as vacinas são eficazes sim, e são seguras, e precisam continuar nesta população. Mas, de fato, não é uma população prioritária. A urgência é garantir a segunda dose e dose adicional para os que foram elencados”.
EVENTO ADVERSO
O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) emitiram um ofício à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cobrando posicionamento sobre a nota informativa do Ministério da Saúde.
“Entendemos que a vacinação dos adolescentes cumpre importante papel na estratégia de controle da pandemia no Brasil, que em cenário anunciado pelo Ministério da Saúde de ampla disponibilidade de doses no PNI, o Brasil deve, conforme autorização da Anvisa, avançar na antecipação da D2 para 8 semanas, concluir a vacinação da população adulta e avançar na vacinação de adolescentes com e sem comorbidades”, expõem os órgãos, que ainda defendem a antecipação da segunda dose, o que não foi adotado em nível nacional, mas pontualmente em alguns Estados, dos quais se exclui São Paulo.

O ofício também considera “a investigação do CIEVS/SVS/MS de possível evento adverso grave relacionado à vacina da Pfizer em adolescente no Estado de São Paulo”, devido ao qual os órgãos “solicitam imediato posicionamento da Anvisa sobre a autorização para uso da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos”. 

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