A RMC (Região Metropolitana de Campinas) recuperou 4.630 novos beneficiários de planos de saúde em um ano, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Os dados mais recentes são do mês de setembro e a comparação é feita com o mesmo período do ano passado. O número, apesar de pequeno, em relação aos 16.104 usuários que deixaram os planos de saúde no ano passado, mostra o começo de uma recuperação da economia.
Estão incluídas nessa conta todas as pessoas que têm planos de saúde particular ou empresarial, individual ou familiar.
No ano passado, a região tinha 1.349.707 usuários de planos de saúde. Já em 2018 o número subiu para 1.354.337, o que representa um aumento de 0,34%. Apesar do crescimento, o número ainda é menor do que o observado em setembro de 2016, quando 1.365.811 pessoas eram assistidas por planos de saúde.
Professora de Economia, responsável pelo Observatório PUC Campinas, Eliane Navarro explica que 2017 foi marcado pela queda no número de empregos na região, o que provavelmente fez com que muitas pessoas saíssem dos planos de saúde.
“A recuperação do emprego permite que algumas pessoas voltem. Estamos tendo uma recuperação do emprego, é pequena, mas estamos tendo. Porém, a quantidade de pessoas buscando (planos) é pequena também”, avalia.
“A recuperação ainda está tímida e pode ser que ela continue nesse patamar”, aponta. A professora detalha que nessa recuperação dos planos de saúde, uma pequena parte pode ser por pessoas de renda mais alta que colocam os filhos como dependentes, principalmente os recém-nascidos.
Ela destaca, no entanto, que a recuperação do mercado de trabalho deve ser considerada. “No acumulado do ano temos 11.237 novos postos de trabalho na RMC. As vagas estão sendo preenchidas por jovens de 18 a 24 anos, com ensino médio, esse é o perfil dos contratados”, diz.
Ainda segundo a análise dela, alguns municípios têm apresentado uma geração de emprego mais consistente, como Indaiatuba, Sumaré e Paulínia. “(o plano de saúde) é o primeiro a ser buscado, pela desconfiança das pessoas com o SUS (Sistema Único de Saúde).
Há um esforço enorme para fazer o atendimento, mas existe o fato de que as pessoas ficam na fila para fazer um tratamento. O plano de saúde gera um conforto para as pessoas”, conclui.
ATENDIMENTO PÚBLICO
Apesar deste ligeiro aumento no número de beneficiários dos convênios médicos, ainda é alta a quantidade de pessoas que passaram a utilizar os serviços públicos de saúde.
A Secretaria de Saúde de Santa Bárbara d’Oeste apontou que já há alguns anos vem identificando migração crescente de usuários de planos de saúde para a rede pública, o que obviamente impacta na procura pelos serviços de Saúde ofertados.
“A pasta ressalta que tem procurado se adaptar a esse aumento gradativo no número de usuários e que, mesmo com o momento de dificuldade financeira motivado pela queda de arrecadação em todo o País, tem se empenhado em aumentar o acesso da população aos serviços, inclusive com a abertura de novas unidades, reformas e ampliações, além da contratação de novos profissionais (médicos, enfermeiros, entre outros), respeitando os parâmetros definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, informou.
Em Americana, a Secretaria de Saúde afirmou que só neste ano recebeu 13.731 novos usuários.