quarta-feira, 24 abril 2024

Procura por testes volta a aumentar

Junto com o aumento de casos e internações, a procura por testes de coronavírus também cresceu em Americana e região. A demanda está alta tanto em postos de saúde quanto em laboratórios particulares e farmácias que disponibilizam os testes rápidos. Grande parte das pessoas que passaram a procurar o teste relatam aglomerações.

A reportagem entrou em contato com os principais laboratórios particulares de Americana e Santa Bárbara. Entretanto, tamanha a procura, a dificuldade existe até para ser atendido ao telefone. Em todos os laboratórios há mensagens gravadas informando que por conta do momento e da procura, o atendimento pode demorar mais do que o normal e a espera pode ser longa.

Em contato com o Laboratório Caprilab, que fica no Centro, em Santa Bárbara, funcionária do setor administrativo, que pediu para não ser identificada, confirmou que aumentou a procura por testes. “Aumentou bastante, tem muito teste dando positivo. Depois das eleições houve um boom. Não é só história não. É verdade, temos feito acompanhamento”, afirmou.

A atendente relatou que não tinha os números oficiais do laboratório para informar, mas fez uma comparação. “Hoje em dia não estamos dando conta de imprimir os questionários de preenchimento para realizar o teste. A gente imprime 40 e não dura dois dias. Antes não era assim, durava mais”, disse.

E o laboratório tem diagnosticado mais casos positivos. “Antes das eleições a gente tinha uma média de seis pessoas positivando por dia. Hoje já dobrou, está com média de 12”, afirmou.

A maioria das pessoas que procura o teste já tem sintomas da doença. “Muitos vêm porque participaram de confraternização, aglomeração, churrasco, e aí ficam com medo”, explica.

Outra atendente, do LabPasteur, de Americana, confirmou que “a demanda aumentou muito”, mas não tinha autorização para comentar os números. O TODODIA não conseguiu falar na central, após diversas tentativas de ligação.

O GNDI (Grupo Notre Dame Intermédica), responsável por laboratórios da LabClinic e Notrelabs, em Americana e Santa Bárbara, informou em nota que “não libera informações sobre casos, testes e leitos de Covid-19 para nenhum veículo. Todas as informações do tipo são prestadas aos órgãos competentes”.

Funcionário da Drogaria Pires da Rua Fernando Camargo, no Centro de Americana, também confirmou que a procura aumentou. “Depois do meio de novembro aumentou. Nestes últimos dias mesmo, tem três ou quatro agendados, o que para gente aqui, que só faz e não vende, é uma procura maior comparado com antes. A tendência é aumentar a procura com o fim do ano”.

Uma professora, que mora no Parque das Nações e também não quis se identificar, teve contato com pessoas que tiveram coronavírus e apresentou sintomas logo na sequência. Ela foi no posto de saúde do bairro, na sexta-feira retrasada (4), agendar o exame. “Fui informada que a demanda está muito alta”.

Depois, recebeu ligação na terça-feira (8). “A pessoa que me ligou antecipou para quarta (8) e disse que (a demora) foi por conta da demanda”.

Tomando as medidas de segurança e saindo apenas para trabalhar, a professora se disse preocupada com o aumento. “Eu já estava e fiquei ainda mais, é muita irresponsabilidade da população. Só confirmou, para mim, que é real este aumento. Nunca tive também tantas pessoas próximas com coronavírus”, declarou.

Médico vê bares e festas como ‘responsáveis’

O médico Arnaldo Gouveia, infectologista do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, confirmou o aumento na procura na rede pública da cidade.

“Desde a primeira semana de novembro. Me parece ter menos a ver com o comércio propriamente dito e mais com aglomerações em bares e festas privadas”, afirmou o médico.

Para o infectologista, a solução para tentar amenizar o crescimento de casos seria “uma maior fiscalização de festas e bares e o rastreio, identificação e isolamento de pacientes infectados, sintomáticos ou não, a partir dos casos diagnosticados (nas famílias e ambientes de trabalho). O município de Araraquara tem uma experiência muito bem sucedida nesse sentido”, exemplificou.

O TODODIA indagou as prefeituras das cinco cidades da região sobre o aumento da procura. A Prefeitura de Americana ainda foi questionada sobre a situação do posto do Parque das Nações, se era exceção ou se o aumento era em toda a cidade.

A administração respondeu que, de acordo com a Unidade de Atenção à Saúde, “além do Hospital Municipal e Pronto-Atendimento Zanaga, as unidades básicas de referência para testes de Covid-19 são a UBS Parque das Nações e UBS São Vito, sendo que o aumento tem sido verificado na cidade como um todo”.

Por essa razão, diz a prefeitura, “a agenda da unidade precisou ser ampliada para poder atender toda a demanda”.

A Prefeitura de Hortolândia informou que é possível monitorar a quantidade de exames realizados diariamente pela contagem dos casos confirmados e descartados. Porém, alguns casos podem apenas ter recebido o resultado dos exames, ou seja, o teste já aconteceu.

No início da semana, de segunda (7) para terça-feira (8), segundo o boletim, Hortolândia foi de 5.242 casos confirmados e 6.887 descartados para 5.324 infectados e 7.025 negativados.

Ou seja, foram 138 novos testes que deram negativo e 82 positivos, um total de 220. De terça (8) para quarta (9) foram mais 129 testes e, nos dois dias seguintes, mais 208 e 100.

Os Executivos de Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré não responderam aos questionamentos da reportagem.

ARNALDO GOUVÊA | Procura maior na rede pública (Foto: Arquivo/TodoDia Imagem)

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