Restaurantes e bares fechados, academias e igrejas têm maior risco de contágio de coronavírus, segundo especialistas ouvidos pela reportagem do TodoDia.
A região de Campinas está hoje na fase laranja do Plano São Paulo, que não permite o funcionamento de nenhum deles com a presença física de pessoas. Na fase seguinte, a amarela, bares e restaurantes estarão liberados apenas para atendimento ao ar livre.
O médico epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas, André Ribas, lista os quatros pontos fundamentais da transmissão do coronavírus para explicar os locais mais “perigosos”.
“Primeiro, é o número de pessoas que estarão naquele ambiente. Segundo, a distância entre as pessoas. Terceiro, o tempo em que a pessoa vai passar ali. E quarto, a ventilação do local”, listou.
Ribas destaca que considerando estes critérios, é possível distinguir. “Alguns esportes ao ar livre têm baixo risco de transmissão. Correr, pedalar, desde que se mantenha uma distância razoável entre as pessoas. Agora, futebol tem muito contato, são 22 pessoas jogando e próximas, o risco é maior”, afirmou.
Entre os comércios, restaurante fechado é o grande vilão. “Receber encomenda, buscar um lanche, ir no posto de gasolina, tudo isso você nem sai do carro. O contato é muito pequeno, o risco também. Agora, em bares e restaurantes aumentam os riscos. Vai depender se é aberto ou fechado, da distância das mesas. O restaurante self service o risco é ainda maior, porque as pessoas se servem, podem contaminar a superfície, os alimentos e até os talheres”.
Academias e igrejas também foram citadas. “Igrejas são lugares de alto risco, porque as distâncias nem sempre são adequadas e as pessoas têm muito contato, se abraçam.
Assim como academia, a pessoa sua, respira ofegante, e ao respirar elimina bastante vírus. Então academia é lugar de alto risco, ainda mais se for fechado”, explica.
Segundo o médico infectologista da Prefeitura de Americana Arnaldo Gouveia, lugares fechados não são recomendados. “Alto risco é qualquer lugar fechado com climatização artificial. Por exemplo, se um dono de academia deixar os aparelhos sob uma lona, com os lados abertos, deixa de ser um local de risco. O grau de ventilação natural é o que determina o risco”, diz.
Estudo americano da Texas Medical Association divulgado em julho fez ranking de contágio, em um cenário de pós-pandemia, e com as pessoas utilizando máscaras, higienizando as mãos e mantendo distância.
Academia, cinema, show, estádio, culto religioso, bar e restaurante (buffet) estavam entre os riscos mais altos. Praticar esportes coletivos, se abraçar ou cumprimentar, ir a casamento, viajar de avião e ir ao cabeleireiro eram risco moderado-alto.
Ir à praia, churrasco, shopping ou trabalhar em escritório seria risco moderado. Supermercado, caminhar, correr, ir à biblioteca seria risco moderado-baixo. E receber encomenda, buscar comida, ir ao posto de gasolina e acampar, risco baixo.