Um grupo de voluntárias de Indaiatuba criou oportunidades para quatro imigrantes venezuelanos recomeçarem suas vidas no Brasil. A ação faz parte do projeto “Brasil, um coração que acolhe”, da ONG Fraternidade sem Fronteiras
Com a ajuda de amigas, que têm um grupo de WhatsApp chamado “Amigas do Bem”, a voluntária Joyce Simões, 36, conta que no final de março acolheu quatro imigrantes venezuelanos, trazendo-os de um abrigo de São Paulo para uma casa alugada pelo grupo em Indaiatuba. “A coordenadora da ONG de São Paulo me ligou dizendo que estava com quatro venezuelanos num abrigo e que precisava trazê-los para o interior. Imediatamente, eu e minhas amigas aceitamos acolhê-los e de um dia para o outro alugamos uma casa, arrumamos móveis, roupas e produtos de higiene pessoal. Todo mundo se mobilizou e ajudou um pouco para que eles pudessem ficar bem instalados aqui”, lembrou.
Além de casa e comida, os quatro imigrantes que atualmente vivem em Indaiatuba, Teoscar Ramon Mata, 29, Luis Nelson Baena Campos, 42, Hector Antuare, 45, e Dick Alberto Torres lugo Eda, 42, já conseguiram uma colocação no mercado de trabalho.
De acordo com Joyce, a ideia é que a casa alugada se torne uma casa de rotatividade de acolhimento, onde, após três meses de estadia e inserção no mercado de trabalho, os imigrantes sigam com suas vidas, banquem suas despesas e deem lugar para outros venezuelanos refugiados que serão trazidos pelo grupo para receberem ajuda. “Estamos vendo na televisão e nas redes sociais tudo o que está acontecendo com os venezuelanos e com essa nossa ação a ideia é mostrar a importância do acolhimento para essas pessoas. Todo mundo pode acolher, basta querer e abrir o coração para esses irmãos que tanto precisam da gente. Além disso, o acolhimento faz parte do convívio do ser humano; qualquer pessoa gostaria de ser acolhida em qualquer fase de sua vida, seja num país diferente, numa escola ou mesmo num ambiente de trabalho”, explicou a voluntária.
Para Joyce, que também trabalha como voluntária num brechó da ONG Fraternidade sem Fronteiras, que fica em Campinas, o acolhimento realizado em Indaiatuba é um exemplo a ser seguido e a experiência transformou a vida das voluntárias. “Trata-se de um projeto de acolhimento, de amor, onde dedicamos nossas horas a eles. Essa ação é um exemplo importante para todo mundo, pois ajuda eles, ajuda a nossa economia e contribui com nossa evolução enquanto pessoa, pois não tem como continuar sendo a mesma pessoa após acolher essas imigrantes, que nos respeitam, que se importam conosco, têm uma amizade e uma gratidão imensa. Eu acredito que as pessoas querem ajudar, mas precisam de uma oportunidade”, disse.
Qualquer pessoa, de qualquer cidade, pode acolher, apadrinhar ou empregar um venezuelano por meio do projeto “Brasil, um coração que acolhe”. Os interessados em contribuir com o projeto podem entrar em contato com a ONG pelo link www.fraternidadesemfronteiras.org.br/portfolio/brasil-um-coracao-que-acolhe.