Restaurantes de Americana relataram queda de movimento nesta quarta (1º) por conta de protestos de entregadores de aplicativos realizados em todo o Brasil. Na região houve protestos em Campinas e em Piracicaba.
Funcionário do restaurante Nyã Baoba, que fica na Rua Fortunato Faraone, revelou que a procura foi menor durante o almoço. “Acho que muita gente também não pediu pensando que não ia conseguir”, diz. Ele não quis se identificar.
Gabriel Henrique, que trabalha no restaurante e churrascaria Varanda, na Chácara Machadinho, disse que a casa sentiu a diferença do movimento. “Deu uma queda sim, a noite toda. Agora são 20h e só tocou uma vez o Ifood. Em um dia normal já teria tocado de 15 a 20 pedidos”, disse.
Daniel Marcelino, garçom e recepcionista do restaurante japonês Kanzen, que fica na Avenida Paulista, também citou uma procura abaixo do normal. “Caiu uns 40% hoje. Está bem parado, normalmente estaria bem congestionado agora, telefone, pedidos”, relata.
Motoboys e entregadores de aplicativos protestaram em várias cidades do país reivindicando melhorias no trabalho e mais amparo, denunciando situações precárias de trabalho.
A reportagem tentou contato com o SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo), mas não conseguiu retorno.
Em nota, o iFood disse respeitar o direito de manifestação, “mas nosso compromisso com todos os nossos parceiros nos levou a acionar um plano para manter as operações em funcionamento. Sabemos que, entre a grande maioria dos entregadores, prevalece a percepção de uma parceria justa, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em abril. Por ora, nossas operações continuam normais”, informou.
A empresa diz que já atendeu a quase todas as reivindicações do movimento, como taxa mínima de entrega, distribuição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), seguro de roubo, acidentes e vida e transparência em desativações.
“Reconhecemos que podemos melhorar nossa relação com os entregadores. Também estamos ampliando a escuta de suas demandas, mas desde sempre nos empenhamos em fazer o melhor. Junto com eles, passamos por um processo de aprendizado e seguimos evoluindo no modelo de parceria dentro de uma nova economia”, encerra a nota.
A Uber Eats encaminhou nota da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), na qual diz que são feitas ações de apoio aos entregadores, como distribuição de máscaras, álcool em gel “e a criação de fundos para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com Covid-19 ou em grupos de risco”.
A nota cita que os entregadores cadastrados têm seguro contra acidentes e que as plataformas de delivery “operam sistemas dinâmicos e flexíveis, que buscam equilibrar as necessidades de entregadores, de restaurantes e de usuários e reafirmam a abertura ao diálogo, sempre atentas às reivindicações dos entregadores parceiros”.
Tanto o iFood quanto a Amobitec destacaram que não trabalham com pontuação para distribuição de pedidos e que a participação no protesto não acarretará em punições.