O número de focos de incêndio registrados em Americana nos cinco primeiros meses deste ano é 290% maior do que no mesmo período do ano passado. É o que mostra o Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
De acordo com os dados do órgão, foram registrados entre o dia 1º de janeiro e 21 de maio deste ano 43 focos de incêndio, enquanto que durante o mesmo período de 2023 foram 11 registros. Apenas nos últimos 30 dias, Americana sofreu com 30 pontos com queimadas, já no ano passado foram três. Nos últimos 12 meses, ao todo, foram 67 focos de incêndio.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Americana, João Miletta, as temperaturas atípicas para o período neste ano e o descuido da população são os principais responsáveis pelo aumento. “Nosso maior problema são próximos a áreas de mata, principalmente em razão da queima irregular de lixo, limpeza de terrenos ou situações que começaram a partir de uma bituca de cigarros”, explica.
No próximo dia 1º de junho, a Defesa Civil de Americana deve iniciar a Operação SP Sem Fogo, de prevenção e combate a incêndios, principalmente em áreas de proteção ambiental.
A Guarda Civil Municipal de Americana (Gama), também atua na prevenção e no combate a incêndios dentro do município, por meio do GPA (Grupo de Proteção Ambiental).
“Realizamos patrulhamento ambiental diuturnamente, todos os dias, dedicando maior atenção nas áreas mais suscetíveis às ocorrências de queimadas. Todas as outras equipes da Gama também prestam apoio para prevenção das queimadas”, explica o inspetor Jonas Alessio Silva, responsável pelo grupo, que conta com quatro agentes em atuação.
De acordo com Silva, os bairros com maior número de ocorrência atendidas pelo GPA são Praia Azul, Residencial Tancredi, Jardim Bertoni, Parque da Liberdade, Mário Covas, Jardim Pacaembu e Jardim da Balsa.
“O período das ocorrências variam entre 10h e 23h, com maior concentração entre às 13h e às 20h. A condição climática é favorável para propagação do fogo, entretanto pode haver outros fatores, por exemplo: questão cultural de atear fogo em vegetação ou objetos com objetivo de limpar ou eliminar resíduos, vandalismo, queima de resíduos que comumente se propaga para vegetação em grandes áreas desabitadas”, afirma o inspetor.
Entre as cidades da região, Hortolândia registra maior número de queimadas
Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nos últimos 30 dias, Hortolândia registrou 52 focos de incêndio. O número é 2.900% maior do que o constatado no mesmo período do ano passado, quando apenas quatro focos foram registrados. A medição do Inpe é realizada por meio do Programa Queimadas, que analisa imagens de satélites. Os dados considerados são do período entre os dias 20 de abril e 20 de maio de ambos os anos. Desde o início deste ano, foram 53 pontos com queimadas registradas.
Já Sumaré, que sofreu com nove focos de incêndio no período do ano passado, registrou neste ano 37. Ao todo, 60 pontos com incêndios foram captados pelo Inpe apenas neste ano na cidade.
Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa, que não registraram incêndios entre abril e maio do ano passado, sofreram com 28 e nove focos, respectivamente, neste ano.