segunda-feira, 11 agosto 2025
MEIO AMBIENTE

Queimadas em Hortolândia caem 75% em oito anos, mas 2024 teve alta atípica

A população pode ajudar denunciando queimadas pelo número 193 ou pelo aplicativo Agenda Verde
Por
Nicoly Maia
O estudo mostra ainda que a soma dos últimos três anos completos (2022, 2023 e 2024) representa menos de 37% do total verificado em um único ano, o de 2017. Foto: Prefeitura de Hortolândia

O número de autuações por queimadas em áreas particulares de Hortolândia despencou nos últimos oito anos, caindo de 1.332 ocorrências em 2017 para 326 em 2024, uma redução de 75,5%.

Apesar da tendência de queda, o último ano registrou um aumento em relação a 2023, quando houve apenas 36 notificações. Os dados são da Fiscalização Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Climáticos

Queda expressiva

De acordo com o levantamento, a soma dos últimos três anos completos (2022, 2023 e 2024) representa menos de 37% do total registrado em 2017.

Segundo o Diretor de Educação Ambiental, Ricardo Zanoni, 2024 foi um ano atípico. “O Brasil inteiro estava pegando fogo, e no nosso município não foi diferente. Registramos altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, criando um cenário ideal para as queimadas.”

Se na ponta inicial do gráfico foram registradas 1.332 autuações por queimada, em 2017, na ponta final, houve 326 casos, em 2024. Foto: Prefeitura de Hortolândia

Prevenção e educação ambiental

A queda nas autuações está ligada a ações de prevenção e educação ambiental realizadas porta a porta, além de atividades em escolas de Ensino Fundamental, Médio e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). “São muitas mãos envolvidas. O próprio setor de fiscalização de posturas atua diretamente nos imóveis. Temos fiscais da Secretaria de Meio Ambiente que trabalham diariamente nas quatro regiões do município. E desde 2017, investimos na educação ambiental. Como fazemos isso hoje? Estamos nas escolas, e sempre costumo frisar a importância das escolas municipais nesse processo,” explica Zanoni.

Riscos à saúde e meio ambiente

A Defesa Civil alerta que, além de prejudicar a qualidade do ar, a combinação de baixa umidade e falta de chuvas pode causar problemas respiratórios, alergias, irritação nos olhos, ressecamento da pele e aumentar o risco de incêndios em pastagens e áreas de vegetação.

“Nós recebemos orientações dos fiscais, que indicam as áreas críticas do município onde precisamos atuar diretamente, tanto como município quanto como moradores. Levamos panfletos e realizamos ações que têm contribuído para essa diminuição,” afirma o diretor. “E você acaba constatando que os trabalhos têm sentido efeito ao longo dos anos.”

É preciso observar uma situação atípica, verificada em 2024, quando houve altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, criando um cenário excepcional, conforme mostram os dados da estação meteorológica local. Foto: Prefeitura de Hortolândia

Operação São Paulo Sem Fogo 2025

Hortolândia participa até 30 de setembro da “Operação São Paulo Sem Fogo 2025”, que integra ações de prevenção, monitoramento e combate às queimadas. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 193 (Corpo de Bombeiros) ou pelo aplicativo Agenda Verde, que garante sigilo ao denunciante.

“Quando entramos no período crítico, de estiagem, é complicado. Qualquer coisa que se faça pode causar e gerar focos de incêndio”, alerta Zanoni.

Importância da sensibilização

No município, a prática de queimadas é crime, sujeita a penalidades e multas previstas em leis municipais. Entre as recomendações para evitar focos estão manter terrenos limpos, não queimar lixo ou folhas secas e evitar o descarte de bitucas de cigarro em áreas de vegetação.

Hortolândia participa até 30 de setembro deste ano da “Operação São Paulo Sem Fogo 2025”, que promove uma série de ações integradas de prevenção. Foto: Prefeitura de Hortolândia

“E sempre lembramos que, quando o fogo é colocado, ele se espalha. O vento carrega a fuligem para outras regiões. Uma coisa que temos batido muito hoje é a sensibilização, inclusive sobre os animais. Quantas vezes as pessoas passam por grandes incêndios nas rodovias, e ali acontece a perda da vegetação, a contaminação do solo, e, infelizmente, a morte dos animais,” lamenta Zanoni.

Ele também destaca um fator preocupante: “O cigarro ainda é algo muito liberado. A pessoa fuma e não se preocupa onde joga a bituca, que pode ser o início de grandes incêndios. Outra questão que temos falado bastante é em relação às queimadas de varrição.”

Canais de denúncia

A população pode ajudar denunciando queimadas pelo número 193 ou pelo aplicativo Agenda Verde, disponível no Google Play e App Store. A identidade do denunciante é mantida em sigilo.

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