terça-feira, 9 setembro 2025
MUDANÇAS NO TEMPO

Rajadas de vento surpreendem moradores e levantam alerta para clima seco na RMC

Outro fator de risco é a baixa umidade relativa do ar, que deve atingir valores críticos nos próximos dias
Por
Andressa Oliveira

As rajadas de vento que surpreenderam logo no início da manhã e se intensificaram ao longo do dia assustaram moradores da Região Metropolitana de Campinas. Muitos foram pegos de surpresa pela força dos ventos, que causaram transtornos e elevaram o risco de acidentes e queimadas.

Fenômeno está ligado à aproximação de uma frente fria
Segundo o meteorologista Bruno Bayne, do Cepagri da Unicamp, o fenômeno é típico dos momentos que antecedem a chegada de frentes frias. “O que a gente tem é um quadro de aproximação de uma frente fria. Essa aproximação comprime a pressão atmosférica e faz com que os ventos tenham maior intensidade”, explica.

Esse tipo de vento é chamado de pré-frontal. Foto: Raul Rodrigues/TV TODODIA

Esse tipo de vento é chamado de pré-frontal. Ele ocorre em grande escala, com direção predominante de noroeste para sudeste, e tende a impactar amplamente toda a região. “É como se a gente apertasse a ponta de uma mangueira. O vento ganha força e velocidade”, completa Bayne.

Rajadas passaram dos 60 km/h em pontos da região
Segundo o meteorologista, rajadas acima de 60 km/h foram registradas em aeroportos da região.
“Tínhamos indicativos de rajadas superiores a 50 km/h, o que está dentro do esperado. Esse tipo de vendaval costuma acontecer com tempestades, mas neste caso é uma condição de larga escala que vem impactando boa parte do estado de São Paulo também” , destaca.

Segundo o meteorologista Bruno Bayne, do Cepagri da Unicamp, o fenômeno é típico dos momentos que antecedem a chegada de frentes frias. Foto: Reprodução/TV TODODIA

Poeira, visibilidade reduzida e risco de queimadas
Além do desconforto, os ventos têm gerado efeitos práticos preocupantes: levantam poeira, reduzem a visibilidade em áreas urbanas e rodovias e aumentam consideravelmente o risco de queimadas. “É importante ter atenção quanto a isso, principalmente para quem está em trânsito. A poeira suspensa pode prejudicar a visão e comprometer a segurança nas estradas. E no caso de queimadas, isso facilita muito a propagação das frentes de fogo e dificulta o combate”, alerta o especialista.

Umidade em queda: risco à saúde aumenta
Outro fator de risco é a baixa umidade relativa do ar, que deve atingir valores críticos nos próximos dias. Com o avanço da massa de ar seco, os índices podem chegar próximos de 20% nas horas mais quentes do dia, entre 12h e 15h.

O cenário reforça a importância de evitar a exposição prolongada ao sol, manter a hidratação constante e, principalmente, não utilizar fogo em áreas abertas.

Ventos devem perder força, mas clima continua seco

Segundo Bayne, os ventos mais intensos devem se restringir a esse momento de transição atmosférica, mas ainda podem ocorrer rajadas moderadas nos próximos dias, especialmente no início da noite. “A maior intensidade dos ventos deve se concentrar antes da passagem dessa frente fria, que logo se afasta para o oceano. As temperaturas ainda caem um pouco nas madrugadas, mas o tempo deve continuar seco”, finaliza.

Atenção redobrada e monitoramento dos alertas
O cenário atual, com ventos fortes, ar seco e calor, exige atenção da população. A recomendação dos meteorologistas é acompanhar os comunicados oficiais e seguir as orientações de segurança para evitar problemas à saúde e ao meio ambiente.

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