sábado, 23 novembro 2024

Reciclar e transformar

Americana tem se destacado na questão ambiental. E dentre tantos motivos para se comemorar nestes 143 anos, a ampliação da coleta seletiva e a conscientização dos moradores sobre seu papel no cuidado com o meio ambiente merecem ser contados.
“Estamos não apenas investindo em ferramentas para cuidar do meio ambiente, mas principalmente na conscientização dos moradores, que entenderam o chamado e têm feito sua parte”, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Odair Dias.
A coleta seletiva, por exemplo, foi ampliada com a colocação de novos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) na cidade. Além disso, foram instalados cerca de 300 containers para a coleta mecanizada do lixo orgânico, o que agilizou o serviço. “São investimentos que impactam diretamente no cidadão, pois é questão de cuidado com a saúde e com o meio ambiente”, afirma Odair.
A Prefeitura de Americana também tem investido na ampliação dos Ecopontos, que são locais apropriados para o descarte de entulhos e resíduos da construção civil. Segundo Odair, até o final de 2018 serão seis pontos espalhados pela cidade. “O morador precisa ter essa consciência de que existem locais adequados para que ele descarte seus resíduos, sejam eles da construção civil, entulhos, restos de podas. No ecoponto tudo é organizado e, após o descarte, recebe a destinação final correta”, explicou.
Aliás, a Prefeitura tem investido em ações com o intuito de conscientizar os moradores sobre o seu papel na preservação ambiental. “No ano passado, foram cerca de 86 mil pessoas atingidas com panfletagens, orientações porta a porta, ações nas escolas. Este ano, já ultrapassamos a marca de 100 mil pessoas”, comemora.
A meta, agora, é ampliar essa conscientização que, na prática, resultará na redução do lixo gerado na cidade. “Hoje, cerca de 80% do lixo que é descartado poderia ter sua vida útil prolongada. Apenas 20% do que é jogado realmente é lixo e esta é nossa missão: conscientizar a população sobre isso”, disse.
Segundo Odair, além das ações de conscientização, a Prefeitura já trabalha em um pacote de ações para punir quem não cumpre com suas obrigações diante da natureza. Aumento das multas por crime ambiental, ampliação da discussão sobre obrigatoriedade da inspeção veicular, ampliação dos núcleos de educação ambiental estão entre as medidas que serão implementadas em breve. “Uma coisa está ligada a outra”, afirma.

 
SUSTENTABILIDADE E GERAÇÃO DE RENDA

Americana também é destaque em índices estaduais de sustentabilidade e meio ambiente, como o Município Verde-Azul, programa do Governo do Estado de São Paulo que classifica os municípios de acordo com a eficiência na gestão ambiental.
Entre as ações em prol do meio ambiente e da sustentabilidade que tem crescido na cidade está a coleta seletiva, que diariamente recolhe na porta das casas materiais como papel, plásticos, metal ferroso, alumínio, vidro e embalagens tetra pak.
Atualmente, a coleta seletiva é realizada em 121 bairros e conta com 34 funcionários, entre motoristas, coletores e fiscalização. Sete caminhões de coleta e um veículo de fiscalização fazem parte do serviço, que é realizado de segunda a sexta-feira.
Ao todo, 114 toneladas de recicláveis são recolhidos mensalmente pelo serviço da prefeitura. Contudo, dados da Sosu (Secretaria de Obras e Serviços Urbanos) apontam que os americanenses separam por mês cerca de 850 toneladas de materiais recicláveis que também são recolhidos por catadores informais.
Americana conta, ainda, com os PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) em diversos pontos, nos quais a população pode levar os materiais recicláveis. Tudo isso é direcionado para a Cooperlírios. De acordo com a prefeitura, esse projeto aumentou em 5 toneladas por mês a quantidade de materiais coletados, gerando mais trabalho e renda aos cerca de 20 cooperados que trabalham no local.
A cooperada Aparecida Teixeira da Silva, 50, e o marido trabalham há mais de dez anos na cooperativa e sustentam a família com a renda recebida no local. “O trabalho da coleta seletiva é muito importante para Americana, afinal tira o lixo das ruas e preserva o meio ambiente, reciclando os materiais. Sobrevivemos daqui, pois não temos outra fonte de renda. Sou muito grata a esse trabalho e a todos os moradores da cidade que separam seus recicláveis em casa; pode parecer pouco em casa, mas pra gente vale muito, pois tudo é separado, vendido e revertido em dinheiro, que é distribuído entre os trabalhadores daqui”, disse.
Jonatan Nunes de Souza, 22, conseguiu o seu primeiro emprego na Coperlírios há cerca de 4 anos. “Está muito difícil trabalho hoje em dia e a Coperlírios dá oportunidade para os jovens ingressarem no mercado de trabalho, assim como aconteceu no meu caso. Aprendi muito aqui. Às vezes, as pessoas acham que os materiais recicláveis que têm em casa não têm valor, mas aqui esses materiais são o sustento de muitas famílias, que sem essa renda não têm como sobreviver”, contou.

 
(com colaboração de Amanda Sabino)

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