
A maioria das cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou bom desempenho nos indicadores de coleta e destinação de resíduos domésticos, mas ainda enfrenta dificuldades em perdas no faturamento de água e na cobertura do tratamento de esgoto.
Os dados são do Ranking de Competitividade dos Municípios, com base em informações de 2023, que avalia critérios como cobertura do abastecimento de água, perdas na distribuição e no faturamento, coleta e tratamento de esgoto, além da destinação final do lixo.
Dados e metodologia
Segundo Carla Marinho, head de Relações Governamentais e Competitividade do CLP, os números refletem o período mais recente disponível no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Sinisa).
“O ranking sempre tenta coletar o último ano disponível. Mesmo com informações de 2023, há cidades que não divulgam seus indicadores, e isso pesa negativamente na avaliação. Entendemos que não reportar é pior do que ter um desempenho ruim”, explicou.
Desempenho das cidades da RMC
- Paulínia subiu três posições e ocupa o 6º lugar, com destaque para cobertura de abastecimento de água, coleta de esgoto e destinação do lixo, mas desempenho mais baixo em tratamento de esgoto.
- Limeira avançou seis posições e está em 8º lugar, com bons índices em coleta e destinação de resíduos, mas baixo desempenho em abastecimento de água.
- Campinas subiu cinco posições e aparece em 13º lugar, também com bons resultados em coleta e destinação do lixo e queda no indicador de tratamento de esgoto.
- Santa Bárbara d’Oeste teve o maior salto regional — 19 posições — e agora ocupa o 16º lugar, com destaque para coleta de resíduos e destinação final, mas ainda com perdas elevadas de água.
- Hortolândia avançou 33 posições e está em 17º, com bons índices de destinação do lixo, mas perdas significativas no faturamento de água.
- Piracicaba subiu quatro posições, ocupando o 26º lugar, com bom desempenho em destinação de resíduos e baixo índice em distribuição de água.
- Americana teve queda de 20 posições e ocupa o 66º lugar, com piores resultados em perdas na distribuição e no faturamento de água.
- Sumaré foi o município com maior avanço, subindo 47 posições e alcançando o 69º lugar, embora ainda apresente déficit no tratamento de esgoto.

Ranking é instrumento de planejamento
Carla Marinho explicou que o ranking padroniza e ranqueia os dados por meio de métodos de normalização, em que o melhor resultado recebe nota 100. “O ranking é um instrumento de planejamento baseado em dados e evidências. Ele serve para orientar decisões e jogar luz tanto sobre as potencialidades quanto sobre os desafios das cidades”, afirmou.
Avanço em Santa Bárbara d’Oeste
O prefeito Rafael Piovezan (PL) destacou o avanço do município no tratamento de esgoto e na redução das perdas. “Quando assumi, o tratamento de esgoto era de 50% e as perdas de água ultrapassavam 70%. Fizemos ampliações nas estações e recuperamos elevatórias, o que nos permitiu alcançar 100% de esgoto tratado e atender até 300 mil habitantes sem precisar de nova estrutura”, afirmou.
Ele acrescentou que, em outubro, o DAE registrou 35% de perdas na distribuição — índice considerado positivo em relação à média nacional. “Reduzir perdas significa preservar mananciais e evitar crises de abastecimento em períodos de estiagem”, completou.

Relação entre saneamento e saúde pública
Para o secretário de Saúde de Paulínia, Dr. Antonio Carlos Guimarães, o saneamento é determinante para a saúde da população. “É difícil falar em saúde pública sem condições adequadas de saneamento. A mortalidade infantil, por exemplo, é um reflexo direto dessas condições. Onde há deficiência em água e esgoto, há piora nas condições socioeconômicas e maior vulnerabilidade da população”, destacou.





