As cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aparecem em posições de destaque na categoria de acesso à educação do Ranking de Competitividade dos Municípios, que compara indicadores de todas as cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes. A análise leva em conta a taxa de atendimento na educação infantil, a taxa líquida de matrícula no ensino fundamental e médio e o número de alunos em tempo integral nesses níveis de ensino.
Entre os destaques, Santa Bárbara d’Oeste ocupa o 4º lugar no ranking nacional, com base em dados de 2024. O desempenho reflete o avanço do município em indicadores como a presença de alunos em tempo integral no ensino fundamental e na educação infantil.
O prefeito Rafael Piovezan (PL) ressaltou o impacto do ensino integral na qualidade do aprendizado. “Santa Bárbara é a única cidade que tem o ensino integral. E aí você tem a possibilidade de acrescentar conteúdos que muitas vezes não são possíveis dentro de um período só. É possível trabalhar outras ações pedagógicas, especialmente em regiões com maior dificuldade. O nosso grande desafio daqui para frente é fazer um diagnóstico cada vez mais sensível para entender as necessidades de cada unidade, tanto as de ensino integral quanto as de meio período, e identificar quais conteúdos são mais importantes para fortalecer o aprendizado”, afirmou.
Cenário regional
Segundo o levantamento, Piracicaba ocupa o 12º lugar, com melhor resultado em “Alunos em tempo integral – Ensino Fundamental (2024)” e pior desempenho em “Taxa líquida de matrícula – Ensino Fundamental (2024)”.
Paulínia está em 14º lugar, com destaque para a “Taxa de atendimento – Educação Infantil (2024)” e pior desempenho em “Taxa líquida de matrícula – Ensino Médio (2024)”.
Americana aparece em 19º lugar, com queda de sete posições em relação a 2023. O melhor indicador foi a “Taxa líquida de matrícula – Ensino Médio (2024)”, enquanto o pior foi “Alunos em tempo integral – Ensino Médio (2024)”.
Limeira está em 20º lugar, uma posição acima do ano anterior. Seu melhor resultado foi em “Alunos em tempo integral – Educação Infantil (2024)” e o pior em “Alunos em tempo integral – Ensino Médio (2024)”.
Hortolândia ocupa o 31º lugar, enquanto Campinas aparece em 78º, subindo quatro posições em relação a 2023. Sumaré está em 139º lugar, com queda de seis posições no mesmo período.
A head de Relações Governamentais e Competitividade do CLP (Centro de Liderança Pública), Carla Marinho, explicou a abrangência do estudo. “O Ranking de Competitividade dos Municípios é uma ferramenta criada para apoiar a gestão pública, mas também para permitir que a sociedade analise a performance e as ações do poder público. Chamamos de ranking de competitividade porque ele vai além do desenvolvimento econômico, considerando também a geração de bem-estar social”, destacou.
Posição de Sumaré e resposta da Secretaria de Educação
Entre os municípios analisados, Sumaré ocupa a última colocação entre as cidades da RMC. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que os resultados se referem ao ano de 2024, refletindo o cenário da administração anterior.
“Em menos de um ano, a atual gestão implementou uma série de medidas para reestruturar a Secretaria de Educação e redirecionar a política educacional do município. O objetivo é estabelecer novas bases que se refletirão positivamente nos futuros indicadores”, diz o comunicado.
Entre as ações mencionadas, estão o aumento de 322 vagas no Programa de Oportunidades Educacionais Básicas, a reorganização administrativa e pedagógica, a retomada do programa de bonificação por desempenho e frequência, investimentos em equipes educacionais e alimentação escolar, além da criação do programa Desporto Escolar, voltado à prática esportiva e integração entre alunos. Também houve foco na preparação para o SAEB e aplicação digital do Saresp.
Sobre o ranking
O Ranking de Competitividade dos Municípios analisa três dimensões: instituições, sociedade e economia. A primeira avalia a estrutura e eficiência da máquina pública; a segunda se relaciona às políticas públicas e à qualidade de vida; e a terceira examina o desenvolvimento econômico local.
Os dados são públicos e oficiais, obtidos de fontes como IBGE, MEC e Inep, e abrangem pilares como sustentabilidade fiscal, funcionamento da administração, acesso e qualidade da saúde e da educação, saneamento e meio ambiente. “Até o fechamento da edição, utilizamos sempre o dado mais recente disponível. São fontes públicas, não são dados gerados internamente”, explicou Carla Marinho.
Avanços em Santa Bárbara d’Oeste
O prefeito Rafael Piovezan destacou que a educação tem sido uma prioridade da gestão e um vetor de transformação social. “Se desejamos ter uma sociedade mais justa e igualitária, precisamos de um sistema educacional comprometido em se atualizar, mas que mantenha o conteúdo pedagógico baseado nos pilares que formam qualquer cidadão”, disse.
Segundo a Prefeitura, mais de 3 mil novas crianças passaram a integrar a educação infantil em Santa Bárbara d’Oeste. O município investiu na ampliação de vagas, contratação de profissionais e melhorias estruturais. “Fizemos ampliações de classes, adequações de espaços físicos, melhorias em bibliotecas, refeitórios e cozinhas, além da climatização e da troca do telhado em muitas unidades. Pode parecer algo simples, mas colocar um telhado com isolamento térmico traz conforto, tanto acústico quanto térmico, para as crianças. Esse foi um investimento muito significativo”, completou Piovezan.
