Santa Bárbara d’Oeste, município de avanço cultural, pela primeira vez abrange mais uma classe artística em seu Conselho Municipal de Cultura. Agora há uma Câmara Setorial específica para se discutir políticas culturais no Hip Hop, o primeiro exemplo na região. A Câmara é representada por Will Masca, como titular e Carolini Soares como suplente.
As Câmaras Setoriais têm como função propor ao Conselho diretrizes culturais pertinentes ao seu segmento e manifestar-se sobre questões pautadas por seus indicados nas reuniões mensais – a da câmara do Hip Hop, votada democraticamente no último dia 20 de julho.
Predominante nas periferias brasileiras, o Hip Hop é um dos exemplos culturais que abrange diversos modelos de arte em um só movimento: rap (ritmo e poesia) com os MCs, a discotecagem com os DJ’s, as artes visuais com os grafites e a dança. Por sua diversidade e inclusão dos diversos modos de expressão artística, ele se torna mais um “braço”, do conselho.
O QUE SÃO AS CÂMARAS SETORIAIS?
Segundo o Secretário de Cultura e Turismo, Evandro Félix, o conselho já é muito consolidado mas vem cada vez mais ampliando o campo de visão para melhorar e dar mais suporte para membros da cultura barbarense. “Com esse nova câmara oportunizamos que toda a comunidade possa de fato ser ouvida, trazer seus anseios e suas necessidades”, diz
Ao todo, dentro do Conselho Municipal, foram eleitos 16 representantes da sociedade civil divididos em titulares e suplentes e a ingressão dessa galera agora pode propor novos projetos para evoluir essa arte no município.
TITULARES E SUPLENTES DA CÂMARA
Durante esse biênio de representação da chegada do Hip Hop no conselho, foi definido como titular o MC e produtor cultural Will Masca, que é atuante na cena do hip hop barbarense, em especial nas batalhas de rimas que acontecem mensalmente no CEU (Centro de Artes e Esportes Unificado) das Artes.
A suplente, a dançarina Carolini Soares, é professora, coreógrafa e pesquisadora dentro da cena, estando no movimento do Hip Hop há cerca de 15 anos. Ambos artistas que lutam pela democratização desses espaços e a quebra do preconceito no gênero cultural.
Will comenta sobre gratidão e orgulho de poder representar a classe e poder trazer uma classe mais jovem para discussão das políticas públicas. “A gente conseguiu trazer essas pessoas para cá, principalmente pessoas que vem de uma área que não são favorecidas monetariamente e que conseguem estar aqui, numa questão pública e reconhecer seus direitos. É uma arte de periferia, da pele preta e eu acho que essa representatividade vai vir com muito exemplo para futuras gerações e para perpetuarmos na história”, diz.
Carolini fala sobre a demora de poder ter voz nos espaços públicos e do alívio da nova conquista. “Hoje a gente consegue esses espaços e ter uma voz aqui dentro, tanto da cultura do Hip Hop como também representando as mulheres. Pontuamos muito sobre isso porque já é difícil ser ouvida. Demorou muito mas chegamos lá”, relata a artista.
Ainda não tem projetos definidos, mas como Carolini relatou, a mente do artista nunca para e novas ideias vem surgindo a todo momento. Em breve, será possível identificar frutos dessa conquista cultural em mais espaços em Santa Bárbara.