sexta-feira, 26 abril 2024

SP tenta driblar pânico e mantém projeção para reabertura de escolas

Diante do pânico gerado pela projeção de um matemático que estima a morte de 17 mil crianças com a retomada das aulas presenciais no Brasil, o governo de São Paulo chegou à conclusão de que tem respaldo científico para manter o plano da educação, que estipula que as escolas serão reabertas quando todas as regiões do Estado tiverem completado 28 dias na fase amarela, a terceira da retomada, com uma previsão de que isso se dê em 8 de setembro. Nesta sexta-feira (17), mais uma região voltou à fase vermelha. 

“O retorno às aulas só vai ocorrer a partir de critérios estabelecidos pelo Centro de Contingência, garantindo a segurança aos alunos, professores e servidores da rede pública de ensino”, afirmou o governador João Doria. 

Na quinta-feira, os membros do governo fizeram uma reunião para debater o tema. O discurso adotado nesta sexta deixou em aberto algum recuo para amainar o pânico. 

O secretário de Educação, Rossieli Soares, no entanto, segundo a reportagem apurou, acredita que, até setembro, se as regiões avançarem na saída da pandemia, será possível reabrir as escolas, apesar do medo natural que pais, alunos e professores terão de enfrentar na retomada. 

Nesta semana, o hit dos grupos de WhatsApp foi a declaração do matemático Eduardo Massad, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), estimando que a reabertura das escolas no Brasil levaria 17 mil crianças a morrer. 

Na quarta-feira, diante da repercussão do estudo, João Gabbardo, coordenador executivo do centro de contingência Covid-19 de São Paulo, afirmou que o governo iria reavaliar o plano de retomada das escolas. 

No final de junho, o jornal Folha de S.Paulo perguntou a Rossieli sobre um outro estudo matemático, realizado em diversos países e publicado pela revista científica “Nature”, que aponta que as crianças têm baixa chance de se contaminarem com o vírus e que isso pode explicar o fato de o fechamento das escolas não ter contido o avanço da doença. 

Ele ponderou que o estudo era quantitativo, que há muitas pesquisas sendo feitas e que o governo não poderia se basear em algumas delas, apesar de realmente haver muitos indícios de que o risco seja baixo para crianças. 

“Imagine eu na entrevista coletiva dizendo que iria reabrir porque vi esse estudo na Nature”, afirmou. 

Já a projeção da FGV, que segue na contramão e fala em morte de crianças, ainda que não cancele a reabertura das escolas, certamente dará respaldo ao governo para conter a pressão de colégios particulares para voltarem às aulas presenciais antes do prazo estipulado pelo plano, com o argumento de que têm mais condições de implementar os protocolos de segurança. 

O medo gerado por esse cálculo deve também reforçar a resistência dos pais: 76% deles favoráveis a se manter as escolas fechadas durante a pandemia, segundo Datafolha realizado no fim de junho. 

REGIÃO SEGUE ‘VERMELHA’ 

A região de Campinas permanece por pelo menos mais uma semana na fase vermelha, conforme determinação do Plano São Paulo. Só os serviços essenciais podem funcionar. 

Segundo o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), a cidade vai manter um diálogo direto com o governo do Estado em relação à questão econômica, para encaminhar demandas do comércio, de bares e restaurantes e de outros setores da economia. 

Além de alinhar os protocolos de reabertura das atividades, o objetivo é apresentar as propostas dos segmentos para quando Campinas retomar a fase laranja e posteriormente atingir a fase amarela de acordo com as regras do Plano São Paulo. 

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também