sexta-feira, 22 novembro 2024
SUSTENTABILIDADE

Startup associada à USP em Piracicaba usa rochas para promover agricultura de baixo carbono

InPlanet tem sede no Brasil e na Alemanha e está associada à Esalqtec, incubadora tecnológica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Por
Redação
Foto: Divulgação

Com sede no Brasil e na Alemanha, a startup InPlanet de remoção de carbono atua em colaboração com os agricultores para restaurar seus solos e ajudá-los a fazer a transição para uma agricultura de baixo carbono, sustentável e baseada na natureza. A atividade de pesquisa e inovação acontece na Esalqtec Incubadora Tecnológica, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e o viés comercial da startup acontece em território alemão.

“Nossa operação acontece 100% em território brasileiro porque, além das condições climáticas favoráveis, o apoio da equipe da Esalq, da incubadora e dos profissionais que atuam com ciência do solo nos deu o suporte científico e ampliou nossa rede de contatos e investidores, o que nos ajuda a expandir o negócio e crescer de forma sustentável”, explica Niklas Kluger, engenheiro ambiental nascido na Alemanha que fundou a startup junto ao amigo Felix Harteneck.

Na prática, a InPlanet atua no mercado de carbono e, como contrapartida no campo, emprega o uso de rochas como via de remoção de CO2 da atmosfera. “O Brasil tem condições ideais, os solos tropicais e o uso de pó de rocha em terras agrícolas por aqui apresenta o maior potencial de remoção de carbono em todo o mundo”, destaca Kluger.

O trabalho desenvolvido pela startup considera que o intemperismo das rochas (processo de desgaste e decomposição ao longo do tempo) é um processo natural que remove gradualmente o CO₂ da atmosfera em escalas de tempo de centenas de milhares a milhões de anos. Como parte da variedade de mecanismos de remoção de carbono da natureza, o desgaste das rochas regulou a temperatura da Terra ao longo da história geológica e manteve a habitabilidade do planeta. Além disso, o fornecimento de nutrientes e íons das rochas tem sido essencial para a evolução e sustentação da vida na terra e no oceano.

Ao moer e espalhar as rochas certas nas terras agrícolas, é acelerado este processo natural de milhões de anos para menos de uma década, removendo CO₂ da atmosfera em escalas de tempo relevantes para o homem e proporcionando importantes benefícios para os ambientes locais e globais.

Com a InPlanet, a Esalqtec soma 70 empresas associadas e sete incubadas. Foi criada em 1994 como Incubadora de Empresas Agrozootécnicas da Esalq e, em 2005, passou por um processo de revitalização, que culminou no programa EsalqTec. Localizada na Fazenda Areão, no Vale do Piracicaba, em São Paulo, a EsalqTec é um centro de apoio aos empreendedores da área de tecnologias ligado ao agronegócio, que conta com espaço para pesquisas, desenvolvimento e orientações. Tem o objetivo de apoiar a formação de pequenas empresas e facilitar o acesso a informações e tecnologia.

(Com informações de Caio Albuquerque, da Esalq)

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