A Prefeitura de Sumaré decidiu suprimir gradualmente todos os espécimes da árvore Leucaena leucocephala, substituindo-as por exemplares nativos da Mata Atlântica.
Na última terça-feira (09), a Câmara de Vereadores aprovou um projeto de lei do prefeito Henrique do Paraíso (Republicanos) que reconhece a leucena como espécie exótica invasora da flora brasileira.
A lei também estabelece estratégias para a supressão responsável de seus exemplares. A medida vem sendo adotada por outros municípios brasileiros, como Itu, Campo Grande/MS, Florianópolis/SC e Cabo Frio/RJ.
A leucena é originária da América Central, e representa um problema para o meio ambiente nacional. Introduzida no Brasil como planta forrageira (ou seja, para a alimentação animal), sua capacidade de se espalhar rapidamente e substituir a vegetação nativa representa uma ameaça à biodiversidade.

Riscos para o meio ambiente nativo
Segundo o secretário municipal de Sustentabilidade, Junio Francisco Batista, o programa de supressão e substituição das leucenas por árvores brasileiras deve começar muito em breve em Sumaré.
“A leucena é uma árvore exótica, invasora, que onde ela vem, tem as sementes que vão nascendo várias árvores no mesmo local. Nossa intenção é preparar nossa equipe de Sustentabilidade, e também a equipe de Serviços Públicos, para poder cortar essas árvores do modo certo e fazer a compostagem para não deixar as sementes no local, atrapalhando as árvores nativas. É uma espécie que nasce e se expande muito rápido”, afirmou o gestor ambiental da cidade.

Detalhes do programa
O programa detalhado na nova legislação prevê que as pastas de Sustentabilidade de Serviços Públicos vão substituir gradualmente todas as leucenas das áreas públicas da cidade por árvores nativas da flora local.
Os locais priorizados são os parques públicos municipais, as áreas verdes não urbanizadas e as APPs (Áreas de Preservação Permanente), principalmente dos trechos de mata nativa ainda existentes no território de Sumaré.
Além disso, em áreas com “infestação severa” da espécie invasora, deverá ser feito o “controle efetivo das rebrotas e regeneração natural” da leucena por um período de 36 meses.
Particulares também podem aderir
Os proprietários de imóveis particulares que tenham leucenas em seus terrenos também poderão suprimir os espécimes.
Neste caso, o processo de autorização será simplificado e automático, bastando ao interessado protocolar o pedido com fotografias que comprovem a presença da árvore exótica no local indicado no pedido.
Em todos os casos – tanto para áreas públicas quanto terrenos particulares – a Secretaria Municipal de Sustentabilidade vai fornecer mudas do Viveiro Municipal para a substituição por uma árvore nativa.

Somente métodos mecânicos
Tanto os órgãos públicos quanto os particulares deverão utilizar métodos mecânicos para a supressão das leucenas, evitando o uso de métodos químicos.
A lei prevê ainda a gestão dos restos do corte das árvores exóticas invasoras, que deverão ser descartados ou encaminhados para compostagem de forma a evitar a dispersão de suas sementes.
As pastas deverão, por fim, treinar os servidores para a implementação do programa, promover campanhas educativos junto à população de Sumaré e monitorar eventuais reinfestações da espécie invasora.