
Cerca de 500 profissionais de diversas áreas participam na quarta-feira (17) do 8º Simpósio de Educação Especial e Inclusiva promovido pelo Núcleo de Inclusão da Secretaria Municipal de Educação de Sumaré.
Parte do Setembro VerdeO encontro gratuito e aberto ao público aconteceu no Clube Recreativo de Sumaré, integrando a programação do “Setembro Verde”, o mês dedicado à conscientização sobre a inclusão de alunos especiais na rede tradicional de ensino.
O evento teve ainda a participação da Pestalozzi e da APAE de Sumaré, duas entidades que atendem a esse público na cidade.
Números
Apenas na rede municipal de Sumaré, há atualmente 1.145 alunos de inclusão regularmente matriculados, atendidos por uma equipe de 190 profissionais, incluindo 56 professores de atendimento educacional especializado e 130 cuidadores nas atividades de vida diários desses alunos.

Fortalecer a reflexão
Segundo Marcus Ricardo Gonçalves, gerente do Núcleo de Inclusão, o encontro teve como objetivo fortalecer a reflexão sobre a inclusão dentro da escola, além de compartilhar práticas e experiências que ampliem a participação e o aprendizado dos estudantes.
“A gente tem um Plano Municipal de Educação, atrelado ao Plano Nacional de Educação, e quando olhamos para trás, parece que a gente fez bastante. Mas quando a gente olha para a frente, dá a impressão que ainda fizemos pouco. Então precisamos avançar. Esse avançar inclui fazer novos projetos e integrar toda a comunidade educacional e aqueles polos que podemos juntar e agregar. Porque os índices, os números, estão aumentando”, afirmou o professor Marcus.
Para o gestor, eventos como o desta quarta-feira têm impacto positivo no avanço da inclusão. “O ‘Setembro Verde’ nasceu tempos atrás como uma iniciativa da Apae. A Educação Municipal como um todo, em 2015, começou a trazer esse evento para dentro da rede. Trabalhar para que tudo que a gente faz na educação seja também sobre educação especial inclusiva, sensibilizando os professores, as famílias e as próprias crianças, que sabem onde podem chegar”, completou o gerente do Núcleo.

Palestrante aponta caminhos
Nesta edição, o simpósio recebeu como palestrantes os especialistas Leandro Rafer e Adriano Fiuza do Nascimento, que trouxeram reflexões e práticas voltadas aos desafios da inclusão no ambiente escolar.
Segundo o neurocientista Leandro Rafer, o processo de inclusão de alunos especiais na rede de educação brasileira está engatinhando, mas já foram dados passos importantes”. “Um evento como este, trazendo informação e conhecimento de qualidade, era algo que não se via antes. Já é um grande passo para ajudar tanto as crianças quanto os nossos adolescentes a serem incluídos de verdade”, afirmou o palestrante.
Para ele, muitas vezes o excesso de informação trazido pela internet mais atrapalha do que ajuda no processo de capacitação dos profissionais da educação.
“Hoje o excesso de informação, principalmente em função da internet, há muita sobrecarga, muito peso. A gente traz, de uma forma leve e dinâmica, o simples, para poder ajudar de fato. Por isso é sempre um dialogo onde as perguntas são sempre muito bem-vindas e a gente tenta ajudar de uma forma mais sutil, tirando as dúvidas de uma forma que os profissionais possam sair daqui e colocar em prática já no dia seguinte em sala de aula”, acrescentou o especialista.

Professores destacam trabalho em classe
Para Mayna Regina de Oliveira, professora de educação especial da rede municipal, ações como a de quarta-feira renovam conceitos e são sempre bem-vindas. “Aqui na rede de Sumaré, a gente trabalha com a inclusão há muito tempo, e essas crianças tem vindo com mais entendimento. Inclusive as crianças da sala comum as acolhem muito bem, trabalham juntas, ajudam, formam grupos com elas. E ai essas crianças (especiais) se sentem bem acolhidas. A gente percebe que o trabalho de inclusão aqui em Sumaré é feito com afinco. A gente tem crianças que entram sem nenhuma alfabetização e saem alfabetizadas”, afirmou a educadora da rede municipal.
Para o secretário de Educação de Sumaré, Danilo de Azevedo, o evento reforça o compromisso da rede municipal com a inclusão escolar. “O Simpósio é um espaço de troca de saberes e de construção de práticas pedagógicas que assegurem a todos os estudantes o direito de aprender. A inclusão é um princípio que orienta nossa política educacional e exige permanente diálogo entre profissionais, famílias e sociedade”, completou.