Suspeita é de pedido de dinheiro para liberação de alvarás na cidade
A operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) realizada na manhã desta sexta-feira (10) em Sumaré apreendeu R$ 157 mil na casa e na farmácia do secretário de Governo, Wellington Domingos Pereira, o Wellington da Farmácia. A operação foi batizada de “Tributo Oculto” e apura a suspeita de venda de alvarás, ou seja, pedido de dinheiro para a liberação de licenças de operação. A informação é do Ministério Público Estadual.
Segundo o Gaeco, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos: na casa do secretário, na farmácia (na região do Nova Veneza), na Secretaria de Governo e na pasta de Obras.
De acordo com o promotor do Gaeco, as equipes estiveram nos imóveis de Welington no Jardim Nova Veneza e com a chegada das equipes teria tentado esconder pacotes de dinheiro em mochilas de crianças e do filho que saía para a escola.
Segundo o promotor, a investigação identificou supostas exigências de verbas para liberação de alvarás de empreendimentos.
Quatro ordens de busca foram cumpridas, uma delas na prefeitura, onde nada foi localizado.
“Com a chegada da polícia, ele demorou a abrir a porta, quando as equipes conseguiram avisar sobre o mandado de busca e ele liberou a entrada, foram iniciadas as buscas e um pacote de dinheiro estava sobre o sofá, os demais enfiados nas mochilas das crianças que iriam para a escola”, explicou o promotor.
O promotor disse que foram apreendidos R$ 95 mil na casa do secretário e mais R$ 62 mil na farmácia que fica na parte de baixo da residência. O secretário não conseguiu explicar a origem do dinheiro e porque tentou escondê-lo, relatou o promotor.
Além do dinheiro, os promotores recolheram computadores, documentos e pen-drives na casa e na farmácia de Wellington.
Os prédios da Secretaria de Obras e do Paço Municipal foram cercados e equipes do primeiro Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) apoiaram na operação. O Gaeco segue apurando o caso.
O advogado do secretário, Ralph Tórtima Stettinger Filho, afirmou que solicitou acesso aos autos e ainda não tomou conhecimento sobre o que justificou os mandados de busca.
Sobre o dinheiro apreendido, a defesa disse que as quantias “são passíveis de justificação e fruto de renda de locação e também do comércio que ele possui”. Especificamente sobre o local onde a quantia foi escondida, o advogado disse desconhecer. Além disso, Tórtima Filho completou que vai colaborar com as investigações.
Antes de assumir a secretaria, o acusado foi eleito vereador por duas vezes e atuou nos mandatos de 2009 a 2012 e 2013 a 2016. Entre 2015 e 2016, também foi presidente da Câmara de Sumaré.
A Prefeitura de Sumaré informou que foram realizadas diligências do Ministério Público em secretaria de atuação de servidor investigado. “Compromete-se o Poder Público a adotar todas as medidas administrativas para aclaramento da situação o mais breve possível”, disse por meio de nota.