sexta-feira, 22 novembro 2024

Presidente da Câmara de Sumaré fala em CPI sobre BRK

No último domingo (20), o TODODIA revelou informações de uma ata da empresa que apontava prejuízo de R$ 497 mil em seu balanço financeiro 

Debate | Willian Souza exibe publicação durante a sessão na câmara ( Renan Fernandes / Câmara de Sumaré / Divulgação)

A concessionária Odebrecht Ambiental, responsável pelo saneamento de Sumaré, pode estar prestes a ser alvo de uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de vereadores do município.

No último domingo (20), o TODODIA revelou informações de uma ata da empresa que apontava prejuízo de R$ 497 mil em seu balanço financeiro. Nesta terça-feira (22), diante da reportagem, o presidente da Câmara de Sumaré, vereador Willian Souza (PT), fez um requerimento solicitando informações sobre o caso e disse que estuda a abertura de uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a empresa. Em 2017, o petista presidiu CPI contra a companhia.

Conforme mostrou o TODODIA no último domingo, a Ata da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da BRK foi publicada na edição do Diário Oficial Empresarial do Estado de São Paulo de quinta-feira (17) apontando o prejuízo de R$ 497 mil em 2020 e fixando os salários da diretoria da empresa em 2021 na casa dos R$ 50 mil.

Também na matéria do último domingo, a BRK Ambiental teve seu posicionamento publicado pelo TODODIA, afirmando que a publicação do Diário Oficial apresentava “inconsistência de informações” e teria seu conteúdo retificado.

POSIÇÃO DA BRK

Em nota enviada nesta terça (22), a empresa informou que o balanço financeiro divulgado na ata foi feito por empresa terceirizada e que o trecho que indicava prejuízo de R$ 497 mil, na realidade, se trata de lucro de R$ 497 mil.

Segundo a BRK, a versão corrigida do documento será publicada na edição desta quarta (23) do Diário Oficial do Estado.

“Com relação à remuneração de R$ 50 mil aos diretores citadas pela reportagem, é importante esclarecer que trata-se de aprovação da dotação orçamentária anual total para gastos com toda a diretoria e não salário mensal dos diretores”, finalizou a empresa por meio da assessoria de imprensa.

CÂMARA

O prejuízo de R$ 497 mil e os salários de R$ 50 mil foram os dois pontos que mais chamaram a atenção dos vereadores na sessão desta terça.

Diante da reportagem, o presidente Willian Souza fez um requerimento – aprovado por unanimidade – solicitando uma série de documentos para a empresa, como cópia da ata, extrato financeiro de 2020, cópia do extrato desde que a empresa assumiu o serviço na cidade, relatório com investimentos feitos, entre outros.

“Como prestadora de um serviço público essencial, precisamos entender todo o funcionamento da gestão financeira da concessionária e ver onde está sendo aplicada a arrecadação dos consumidores, além de entendermos a fundo se a BRK não está repassando para a população a sua falta de gestão financeira”, disse, na sessão.

O vereador falou ainda na possibilidade de abertura de uma nova CPI para investigar a empresa.

“Os R$ 500 mil de prejuízo precisam de justificativa plausível e não podem ser repassados para nossa gente. Primeiro, soltam a ata, depois, dizem que não condiz com a verdade. Só que foi num Diário Oficial. A partir de agora estaremos com lupa em cima desse assunto, inclusive anuncio publicamente que este vereador está seriamente pensando na possibilidade de abertura de uma CPI para investigar o caixa da empresa e toda gestão financeira. Precisamos entender tudo isso, essa casa tem o papel de investigar. A mim não basta uma declaração que a ata foi divulgada de forma errada”, disse o presidente da Câmara.

Em 2017, ele presidiu a CPI que apurou a prestação do serviço da BRK, que à época se chamava Odebrecht, bem como investigou indícios de fraude na licitação vencida pela empresa durante o governo Cristina Carrara.

As denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público, que segue com o caso. 

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