Denúncias contra um motorista que realiza serviço de caronas pagas por meio de aplicativo causou repercussão nas redes sociais, anteontem, em Nova Odessa. A GCM (Guarda Civil Municipal) chegou a ser chamada, fez a abordagem, mas como nenhuma irregularidade foi encontrada, o homem foi liberado. Uma mulher, suposta vítima da abordagem do motorista, não foi encontrada e não procurou a delegacia para registrar ocorrência. Especialista alerta que informações em redes sociais podem ser “armadilhas”.
De acordo com as informações veiculadas no Facebook e no WhatsApp, um homem que conduzia um veículo de cor prata teria tentado forçar uma jovem que aparentava ter 15 anos a entrar no carro. O caso foi denunciado à Guarda, que localizou o suspeito.
Segundo o diretor da corporação, Franco Júlio Filippe, o homem realmente é motorista de aplicativo. “Ele disse que viu a moça em um ponto e se ofereceu para fazer a corrida por R$ 2 (…) (O motorista) disse que a mulher não aceitou a oferta e foi embora. Os guardas civis procuraram a mulher, mas não a encontraram”, disse.
A notícia de um possível ataque ganhou rapidamente as redes sociais. Foram vários comentários. “Suspeito de Uber falso e tentativa de sequestro de uma criança no centro comercial de Nova Odessa/SP é preso no bairro Alvorada perto da escola agora há pouco”, dizia uma internauta, no começo da tarde.
Nos comentários, outra pessoa disse que o motorista teria abordado a menina em um ponto de ônibus e que desistiu de tentar levar a jovem quando percebeu que uma mulher estava tirando fotos do veículo. Com uma dessas fotos, foi feita consulta da placa do carro no site do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) que mostrou o veículo em situação legal.
REPERCUSSÃO
Ações suspeitas devem ser denunciadas às forças de segurança, orienta o diretor da Guarda Civil de Nova Odessa. “O certo é fazer a denúncia que nós vamos abordar, descobrir a verdade dos fatos. O ideal é primeiro ligar para os órgãos de segurança para evitar pânico”, disse.
O caso de Nova Odessa ocorre menos de uma semana depois de ser encontrado o corpo de Vitória Gabrielly, de 12 anos, oito dias após ter desaparecido em Araçariguama (SP), crime que gerou repercussão nacional.
De acordo com a psicóloga Lidiane Luiza Martino, o diálogo entre pais e filhos é fundamental para aprimorar o comportamento de segurança e reduzir situações de risco. “O hábito de orientar as crianças e adolescentes deve ser preventivo e não somente em situações concretas. O adolescente que está começando a ter autonomia deve ser preparado desde a infância”. Ela criticou a disseminação de informações falsas em redes sociais. “Redes sociais acabam sendo uma armadilha. Muitas vezes se alarma e a notícia nem sempre é real”, conclui.
