terça-feira, 9 dezembro 2025
1º PÓS-PRIVATIZAÇÃO

Tarifas de água e esgoto terão reajuste de 6,11% em Hortolândia a partir de janeiro

O aumento autorizado pela Arsesp corresponde à correção da inflação acumulada em 16 meses, sendo o primeiro reajuste desde a desestatização da companhia.
Por
Vagner Salustiano
Entre investimentos na cidade, está modernização da ETE, que ainda gera odores. Foto: Vagner Salustiano/TV TODODIA

Os quase 100 mil consumidores de Hortolândia terão um aumento de 6,1106% nas tarifas de água e esgoto cobradas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) a partir de 1º de janeiro de 2026. O reajuste, que é relativo à inflação acumulada desde o último reajuste, foi autorizado pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) no último dia 1º de dezembro.

O aumento será aplicado nas contas mensais na forma de um reajuste nas tabelas de valores de tarifas a serem aplicadas pela Sabesp em 2026 nas cidades atendidas pela companhia. O percentual é relativo a um período de 16 meses, entre julho de 2024 (quando entrou em vigência o novo contrato de concessão), e outubro de 2025.

Novos valores e justificativa do reajuste
Assim, para quem consome até 10 metros cúbicos de água por mês em Hortolândia (faixa chamada de “consumo mínimo”), as tarifas mínimas de água e esgoto somadas na cidade passam para R$ 20,62 (na categoria residencial social), R$ 15,73 (residencial vulnerável) e R$ 72,84 (residencial comum). Os preços do metro cúbico sobem a partir daí por faixa de consumo, em cada categoria: de 11 a 20m³, de 21 a 30m³, 31 a 50m³ e acima de 50m³.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, o reajuste corresponderia apenas à correção da variação da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado neste período de 16 meses. Ou seja, não haveria um “aumento real” para o consumidor.

De acordo com o diretor-presidente da Arsesp, Daniel Antonio Narzetti, a aplicação do novo modelo regulatório “segue rigorosamente o previsto no novo contrato de concessão, reforçando a importância de uma regulação forte e independente, e o compromisso com a transparência, equilíbrio do contrato e a defesa dos interesses da população”.

Cidade ainda tem pontos sem coleta de esgoto, como a ocupação no Nova Hortolândia. Foto: Vagner Salustiano/TV TODODIA

Desestatização e modicidade tarifária
Esta é a primeira vez que a Agência Reguladora autoriza um reajuste de tarifas de água e esgoto desde a desestatização da companhia, no ano passado.

Desde julho de 2024, a Sabesp já investiu cerca de R$ 15 bilhões na ampliação e melhoria da infraestrutura de saneamento das regiões que atende. Desse total, R$ 10,4 bilhões foram investidos de janeiro a setembro de 2025, um aumento de 151% em relação ao aplicado no mesmo período do ano passado.

Responsável pela concessão, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente apontou em nota que, “mesmo com a alta significativa nos investimentos, a tarifa de referência calculada pela Arsesp para esta primeira revisão ficou 15% abaixo da estimada para a Sabesp estatal”.

Para a secretária Natália Resende, os números “reforçam o sucesso do modelo de desestatização adotado pelo Governo de São Paulo, que tem a modicidade tarifária como pilar estruturante”. “O contrato foi pensado com mecanismos de garantia da modicidade tarifária, que permitem que a população tenha bem mais investimentos, e os benefícios de melhorias representativas na infraestrutura, sem que isso pese na conta”, enfatizou.

Para Hortolândia, segundo a Companhia, estão previstos R$ 256 milhões em investimentos até 2029, com foco em levar água potável e coleta e tratamento de esgoto para toda a cidade, além da melhoria das estruturas já existentes. A Sabesp atende Hortolândia com 751 km de tubulações de água e 575 km de esgoto, além de 99,6 mil ligações de água e 97,2 mil ligações de esgoto, sendo que 100% do esgoto coletado na cidade é tratado.

ETE Hortolândia segue gerando reclamações de odor
A Sabesp segue enfrentando reclamações por causa dos fortes odores gerados pelo sistema da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Hortolândia, situada no Jardim Jatobá.

Em meados de outubro, a deputada estadual Ana Perugini (PT), que integra a Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais da Assembleia Legislativa de São Paulo, vistoriou a unidade e cobrou que a Companhia realize manutenções mais constantes na ETE, para minimizar o problema.

Na ocasião, a Sabesp destacou que estava concluindo as obras de limpeza e retirada de lodo e modernização do sistema de aeração da Estação, num investimento de R$ 28 milhões. Garantiu ainda que, desde o início dos trabalhos, os odores na região da ETE já haviam tido redução de 70%. A modernização deve terminar no início de 2026.

 

 

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