Os órgãos que participaram ontem de uma simulação de rompimento da barragem do Salto Grande, em Americana, garantiram que os mecanismos de emergência estão aprovados e em funcionamento.
Em um dos principais testes – o de evacuação de funcionários das fábricas da região de Carioba – as pessoas levaram 10 minutos para chegar a um local seguro, o que equivale a 37% do tempo necessário para que a água (em um eventual rompimento da barragem) chegasse ao local, estimado em 27 minutos.
“Do ponto de vista psicológico, atendeu a expectativa. Tranquilizou muito quem está na área de possível inundação”, avalia a coordenadora da Defesa Civil de Americana, Marli Rodrigues Kiriyama.
DEFESA CIVIL
A ação foi organizada pelas Defesas Civis de Americana, Limeira, Campinas e São Paulo, CPFL Renováveis, e órgãos que prestam socorro, como Corpo de Bombeiros, 192 Samu, Polícia Militar, Guarda Municipal e Tiro de Guerra. Cerca de 300 pessoas trabalharam no simulado e outras 270 participaram das ações de evacuação.
Para o gerente de engenharia e manutenção da CPFL Renováveis, Bruno Montes, a primeira avaliação é de que o sistema de alerta funciona. “Vai ser feito um balanço e podem ser feitas melhorias, mas a avaliação prévia é de que tudo saiu como o previsto”, disse.
A Capitã Cíntia Oliveira, da Divisão de Prevenção da Defesa Civil Estadual, ressaltou a importância do simulado para o treinamento das equipes de resgate, de apoio e dos moradores e funcionários da região.
“Treinamos a comunicação dos nove municípios e, especialmente, treinamos a evacuação em Americana e Limeira, que estão na zona de auto salvamento, mais próxima à barragem onde a população tem que saber se proteger. Foi extremamente importante a participação das pessoas da comunidade para ouvirem os sinais sonoros que foram acionados, se deslocarem às rotas de fuga sinalizadas até os pontos seguros, onde receberam a assistência do Poder Público de Americana e de Limeira”, completou.
A barragem “alimenta” a PCH (Pequena Central Hidrelétrica) da empresa CPFL Renováveis. A estrutura é classificada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) como nível B de risco uma escala que vai de A (alto risco) a C (baixo).
O treinamento das equipes de socorro, de empresas e dos moradores da região será realizado anualmente, conforme prevê a lei nº 12.334/09/2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens e o Plano de Ação de Emergência (PAE).
Por Wagner Duarte