Acessível, o exercício ajuda prevenir doenças do cérebro em idosos e traz benefícios cognitivos e psicológicos
Para ele, caminhar “distrai dos problemas e ajuda a pensar melhor”, além de proporcionar melhores noites de sono, “dar mais apetite” e incentivar uma alimentação melhor. Em suas palavras, quando faz suas caminhadas com frequência, “tem mais ânimo de viver”.
A percepção de Francisco é comprovada pela ciência. Estudos que acompanham pessoas idosas que praticam com frequência atividades aeróbias, como a caminhada, indicam melhora nas habilidades cognitivas (que incluem o processamento de informações, a memória, o raciocínio e a linguagem).
“Tais efeitos devem-se, provavelmente, a um aumento do fluxo sanguíneo no cérebro e, portanto, do transporte de nutrientes”, explica o neurologista Marcelo Freitas Schmid. Ele também cita evidências do aumento na atividade dos neurotransmissores -que levam sinais de um neurônio a outro- logo após o exercício, além de efeitos a longo prazo sobre as estruturas do cérebro.
O benefício é verificado em pacientes de todas as idades. Em crianças, por exemplo, maior capacidade aeróbia (que é o controle da respiração durante os exercícios) é associada a um desempenho melhor em matemática. Para os idosos, ele é ainda mais importante.
“O processo de envelhecimento implica deterioração de todos os tecidos e órgãos, levando à vulnerabilidade do organismo, a alterações fisiológicas e a doenças”, explica Schmid. “Com o passar dos anos, algumas habilidades cognitivas das pessoas idosas vão se modificando”, completa.
A deterioração no cérebro está ligada a condições comuns nesta fase da vida, como a doença de Alzheimer. Ao adotar hábitos que fazem bem à saúde do órgão, é possível prevenir ou atrasar a chegada desses problemas.