Mais preparadas e acostumadas a vender em plena pandemia, e com uma “ajudinha” da alta dos preços nos supermercados, confeitarias e distribuidoras de Americana preveem uma Páscoa melhor do que a passada. Em 2020, a páscoa foi no início da pandemia, quando tudo ainda era novo. De lá para cá, o consumidor também tem cozinhado mais em casa, principalmente para tentar gastar menos.
Segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), a indústria de chocolates prevê 11.665 contratações temporárias diretas e indiretas de profissionais que atuarão nas linhas de produção ou nos pontos de venda. O número representa um crescimento de 4,8% em relação às contratações do ano passado.
Na região, prefeituras e associações comerciais não têm números a respeito do assunto. Mas os lojistas estão otimistas com as vendas mesmo no auge da pandemia.
“É difícil prever em números, porém, o que ouvimos de nossos associados é que as perspectivas são otimistas e de alta movimentação econômica. É uma data bem relevante”, diz Wagner Armbruster, presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana).
Valter Ely Marostica, proprietário das Lojas Manduri, em Americana, afirma que a expectativa é sempre vender mais do que no ano anterior. “Ainda mais que no ano passado, início de pandemia, algo novo para todos, a maioria teve de fechar os comércios”, aponta. “Depois que teve o auxílio emergencial, que foi um valor inesperado que entrou, o pessoal precisava gastar e o comércio teve uma sobrevida boa. Esse ano não teve ainda”, disse.
Agora o cenário da pandemia já não é mais novidade. “Apesar das restrições, este ano as vendas já são maiores. O pessoal não deixa de consumir. Muitos acabam fazendo ovo em casa. Acredito que deve superar as vendas do ano passado”, estima Valter.
O proprietário da Manduri relata que os gastos com os produtos subiram. “Foi expressivo o aumento dos preços, de matéria-prima que a gente usa. Triplicou o preço das coisas. Caixa de papelão, cobertura de chocolate. Atrapalha bastante, as pessoas têm limite para gastar”.
O aumento dos preços foi geral e se de um lado atrapalhou, do outro ajudou .”Muita gente está ficando em casa e fazendo mais bolos, ovos, receitas, para gastar menos. Ajuda bastante na compra dos produtos que vendemos”, comemora Valter.
Segundo funcionária da Ameripan que não quis ser identificada, responsável pelas vendas da Páscoa, este ano será melhor. “No ano passado, a gente não sabia como ia ser, o que ia acontecer. Agora, pela movimentação na loja, dá para ver que será melhor este ano”, explica.
Ela também cita os preços altos. “Pelo atual momento, e pela alta dos preços de ovos que são vendidos no supermercado, as pessoas estão deixando de comprar lá e se aventurando a fazer o ovo em casa”, relata a funcionária.
Daniel Celis, da Fonte das Delícias, outra distribuidora do setor em Americana, é outro que cita o aumento dos preços. “Aumentou embalagem, chocolate, em relação ao ano passado. Infelizmente, tem que repassar, não tem o que fazer. Essa alta assusta um pouco o pessoal”.
Ele comenta as expectativas das vendas. “Seria até melhor, mas como a pandemia voltou a aumentar, acho que vai ser mais ou menos igual em 2020. O pessoal está retraído. Mas vão acabar comprando”, aposta.