sexta-feira, 19 abril 2024

Uma vida dedicada aos animais

A história da aposentada Beonice Carjuela Romero, 70, é igual à de muitas pessoas que sentem um amor imenso pelos animais. Residente no bairro Cruzeiro do Sul, em Santa Bárbara d’Oeste há 22 anos, passou a acolher os pets em sua chácara. Hoje, cuida de 123 cachorros e 58 gatos.
“Eu sempre gostei de animais. Morava no sítio”, conta dona Beonice. A vida toda conviveu com vacas, cavalos, porcos e com seis a oito cachorros. Isso quando era criança e morava em Turmalina, perto de Jales.
Depois casou-se e mudou-se para Santa Bárbara, em 11 de fevereiro de 1989. Com muita luta, saiu do aluguel e comprou uma chácara nesse bucólico bairro rural. Em 1996 veio a separação, mas em 1999 realizou o sonho de morar na chácara.
Hoje, com o dinheiro da aposentadoria e da venda de materiais reciclados, cuida dos seus filhos adotivos: 123 cachorros e 58 gatos. Todos são bem vindos. Animais abandonados, atropelados, vítimas de maus-tratos.
Vale até mesmo improvisar andadores feitos de canos de PVC e rodinhas para que os animais com sequelas de atropelamentos possam voltar a andar.
Cria esses animais com recursos próprios. Mas tem alguns anjos da guarda, que contribuem com rações.
Por dia, gasta 25 kg de ração para cachorros e 5 kg para gatos. Por mês, esses animais consomem 750 kg de ração para cachorros e 150 kg para gatos. Ou seja, são 900 kg de ração por mês.
Isso sem contar os gastos com castrações e remédios. “Pessoas de coração bom estão me ajudando um pouquinho”, revelou dona Beonice. Os filhos dela também contribuem como podem.
Na chácara, os animais têm suas casinhas e ficam em divisórias. Mas são criados soltos, na natureza.  A maior dificuldade é dar conta, sozinha, da limpeza. A filha dela vai dia sim, dia não, ajudar na tarefa.
E, como os gastos são muitos, por causa das rações, pagamento de veterinário e compra de medicamentos, foi deixando de lado as manutenções na residência. Por isso, ela está pedindo ajuda da comunidade para reformar sua casa.
Com seus 70 anos, dona Beonice ainda sonha. “Preciso de ajuda para reformar meu barraco. Está tudo detonado”, lamenta a moradora. A sala não tem porta. Falta uma janela.
Não quer nada luxuoso, mas tentar morar com dignidade pelos restos dos seus dias. Está à procura de quem possa ajudá-la.
O dinheiro para comprar os materiais de construção de forma parcelado ela tem, mas precisaria de doação de mão de obra. Com o tempo, o muro que cerca a propriedade também se deteriorou e por isso, quer reforçá-lo.
Nesse cantinho, que, para ela, é o paraíso, convive com galinhas caipira e garnizé e também com tartarugas. Acorda com o som dos pássaros.
Vira e mexe, pessoas ainda deixam animais na porta da sua casa. E ela recolhe para dentro. Não tem coragem de deixá-los abandonados na rua. E assim vai levando sua vidinha. Cercada de amor incondicional dos bichos.
Cuidar dos animais é mais do que um hobby para passar tempo. São o remédio contra a depressão. “O que me segura em cima dessa terra são eles”, revela a aposentada. Mas dona Beonice não reclama. Segue em frente.
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