sábado, 20 abril 2024

Unesp abre sindicância após professor ser acusado de assédio por alunas

Na última sexta-feira, 1º de julho, Bulhões foi alvo de uma manifestação feita por estudantes do campus de Bauru

Universidade investiga denúncia de assédio sexual feita por alunos contra professor em Bauru (Foto: Arquivo Pessoal)

A Unesp (Universidade Estadual Paulista ) instaurou nesta segunda-feira (04) uma sindicância administrativa para apurar as acusações de assédio sexual feitas por estudantes contra o professor adjunto da instituição Marcelo Magalhães Bulhões. Em nota divulgada, a universidade disse que “não poupará esforços para apurar e punir eventuais culpados”, e informou que o prazo para a conclusão da sindicância é de 60 dias, mas com a possibilidade do processo ser prorrogado pelo mesmo período.

Na última sexta-feira (01), Bulhões foi alvo de uma manifestação feita por estudantes do campus de Bauru, interior de São Paulo. Elas afirmam ter sido vítimas de assédio sexual cometido pelo docente. As jovens exibiram banners com fotos das conversas que o professor supostamente teve com as alunas via e-mail, redes sociais e aplicativos de mensagens. 

Nos diálogos, Marcelo chegava afirmar estar interessado em ter relações sexuais com as estudantes – “a verdade é que o nosso desejo não passa”, teria dito ele em uma das mensagens enviadas. “A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) repudia toda e qualquer prática de assédio. A atual gestão, iniciada em 2021, não poupará esforços para apurar e punir eventuais culpados”, informa a universidade.

Em comunicado, a Unesp afirmou que a investigação foi aberta em decorrência dos protestos realizados e informou ainda que a medida faz parte do protocolo da instituição para o atendimento às vítimas de violência sexual identificadas pela ouvidoria da universidade.

Em 2017, uma sindicância também foi aberta para investigar as condutas de Marcelo. O processo, porém, foi arquivado no ano seguinte. Apesar disso, ele foi afastado do curso de Jornalismo e realocado para lecionar na graduação de Relações Públicas.

O que o professor diz
Marcelo Magalhães Bulhões negou na semana passada as acusações e afirmou ser vítima de calúnia por parte das estudantes. Por meio de nota, ele afirma que nunca “houve indício concreto” de já ter praticado assédio ao longo dos 28 anos em que leciona na universidade.

“Foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes foram afixados no campus com teor acusatório a mim. Estou ainda chocado.”, disse o docente na semana passada. “Entendo que legítimas e importantes demandas da atualidade – luta contra o racismo, movimento feminista – têm produzido uma mobilização de empatia diante de causas importantes. Nesse caso, todavia, estou sendo vítima de calúnia, cuja propagação em tempos digitais é implacável”, acrescentou.

Cartazes com denúncia de assédio sexual feitos por alunas contra professor foram expostos no campus da Unesp de Bauru (Foto: Arquivo Pessoal)

Via Correio Braziliense

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